Política

Alice Portugal cita crises no governo e diz não haver clima para aprovação da reforma da Previdência

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Governo espera votar proposta nos próximos 60 dias  |   Bnews - Divulgação Arquivo BNews

Publicado em 17/05/2019, às 10h49   Guilherme Reis


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Membro da comissão especial que analisa a reforma da Previdência na Câmara, a deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA) diz não haver clima para que o texto seja aprovado pelo Congresso nos próximos 60 dias, como quer o ministro da Economia, Paulo Guedes. A comunista disse ao BNews que as sucessivas crises do governo de Jair Bolsonaro, como as que giram em torno do ministro da Educação, Abraham Weintraub, e do filho do presidente, Flávio Bolsonaro, têm minado as chances de vitória da proposta.

"As inconsistências do projeto são tão grandes que o presidente Rodrigo Maia ampliou o prazo de emendas para o dia 30. Ele não tem condições de ser votado em 60 dias. São inconsistências absurdas: problemas como desconstitucionalização, as próprias emendas terão que se adequar a isso. A minha expectativa é de derrota da matéria. Não vejo clima na Câmara, especialmente após as denúncias contra o filho e o próprio presidente, a posição arrogante do ministro [da Educação, que foi à Câmara explicar o contingenciamento na pasta]...”, avalia Alice.

Segundo a parlamentar, os trabalhos na comissão especial seguem em ritmo normal. “A comissão está indo no seu passo. Ainda tem umas 10 audiências públicas”, disse, reiterando, porém, que a votação em plenário não deve ocorrer no tempo que o governo quer. "Do ponto de vista de prazo, deve ser futurologia [de Paulo Guedes]. Não há concretude”, acrescentou.

Pontos polêmicos

Alice Portugal afirmou que “há boa vontade” dos deputados para retirar do texto pontos que causam polêmica desde o início, como as mudanças na aposentadoria rural e no Benefício de Prestação Continuada (BPC). 

"Eu acredito que há uma boa intenção de deputados para a retirada. Mas a minha ideia é que pouco valerá. A capitalização é como dar com uma mão e retirar com a outra, colocando o dinheiro na ciranda financeira. Isso é o fim da aposentadoria no Brasil. Eles podem abrir mão dos bodes da sala e manter as joias da coroa”, ponderou. 

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