Política

Lembra Jânio Quadros, mas é difícil prever consequências, diz cientista político sobre texto compartilhado por Bolsonaro

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Joviniano ressaltou, porém, que o contexto atual é diferente  |   Bnews - Divulgação Vagner Souza/Arquivo BNews

Publicado em 18/05/2019, às 14h44   Guilherme Reis


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Cientista político e professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba) Joviniano Neto compara o texto compartilhado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), que fala de um país ingovernável sem conchavos, ao discurso do ex-presidente Jânio Quadros. O fato foi visto nos bastidores como uma mensagem de Bolsonaro ao Congresso.

"Uma conclusão que tive foi que me lembra um pouco Jânio Quadros, que estava em confronto com o Congresso. Ele tentou dar um golpe, e esperando que a população viesse para a rua apoiá-lo. Não conseguiu e renunciou. Fernando Collor também, quando estava sob ataque, convocou o povo para sair de verde e amarelo. E o povo foi de preto”, disse em entrevista ao BNews.

Joviniano ressaltou, porém, que o contexto atual é diferente, o que torna difícil prever os efeitos da atitude do presidente. “Os apoiadores de Bolsonaro estão convocando um movimento diferente. O objetivo é comunicar à própria base e trazer apoio. O efeito pode ser o que ele deseja ou não. Pode acuar o Congresso, mas pode ser que essa mobilização não tenha esse efeito e essa convocação de levar pessoas às ruas no dia 26 seja uma faca de dois gumes. Não sei se conseguirão levar uma massa semelhante como teve agora pela educação”, pontuou.

Além de criticar conchavos da “velha política”, o texto também menciona aspectos econômicos, lembrando que os governos FHC e Lula enfrentaram problemas. “[...] FHC foi reeleito prometendo segurar o dólar e soltou-o 2 meses depois, Lula foi eleito criticando a política de FHC e nomeou um presidente do Bank Boston, fez reforma da previdência e aumentou os juros, Dilma foi eleita criticando o neoliberalismo e indicou Joaquim Levy. Tudo para manter o cadáver procriando por múltiplos de 4 anos”, diz um trecho.

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