Política

"Onde já se viu governo convocar manifestação?”, questiona Elmar Nascimento

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O deputado admitiu que o governo Jair Bolsonaro é o responsável por promover “clima de enfrentamento” com o Congresso   |   Bnews - Divulgação Arquivo/ BNews

Publicado em 21/05/2019, às 11h24   Fernanda Chagas



Acusado de atuar contra  o Planalto, o deputado federal, Elmar Nascimento, líder do DEM na Câmara Federal, admitiu de forma pública que o governo Jair Bolsonaro (PSL) é o responsável por promover “clima de enfrentamento” com o Congresso e que o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM) tem servido como bombeiro dos desgastes entre o Planalto e o Legislativo.

“No momento em que há um clima de enfrentamento, e olhe que o governo é que tem promovido esse clima de enfrentamento, ele [Rodrigo Maia] tem procurado dotar no Congresso Nacional, especialmente na Câmara dos Deputados, a moderação e o equilíbrio que precisam ter os Poderes da República”, declarou Elmar em entrevista ao apresentador Mário Kertész, na rádio Metrópole, na manhã desta terça-feira (21). 

Mais além, questionou em seguida a convocação de manifestações por parte do governo.  “Onde já se viu o governo convocar manifestação? Ainda que seja a favor, é ruim, porque a próxima pode ser contra. As pessoas podem começar a achar que podem resolver as coisas na base de manifestação e nem sempre as delas são pacíficas. Muito menos as manifestações contra os poderes constituídos”, disparou.  

Admitiu ainda ter votado contra a permanência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) na pasta da Justiça, o que foi visto como mais uma derrota ao governo. “Preferi votar com minha consciência democrática. Tenho formação em direito e tento sempre preservar o meu viés democrático, por achar que esse é o melhor viés para o país”, cravou. 

Complementando, assegurou que o Congresso adotará pauta própria.

“Rodrigo tem sido a voz da moderação com compromisso de destravar a pauta da economia. Vamos votar as medidas provisórias todas que estão sobrestando a pauta nesta semana e a partir daí, vir com pauta própria, independente, do Legislativo.  Nossa intenção é votar a reforma Tributária que não se conseguiu votar nem por iniciativa do Executivo ao longo do tempo. Vamos votar já na CCJ esta semana a admissibilidade e vamos votar na comissão especial, temos como meta votar também o pacote anticrime, a pauta da questão da legislação ambiental que trava os investimentos do país, dentre outras. Ou seja, vamos estabelecer uma pauta entre dois meses de trabalho para Câmara e Senado, para que no momento que para o governo parece que a eleição não passou e procura se governar para uma base radical que o ajudou a se eleger, sejamos a voz do equilíbrio e ajudemos a tocar o Brasil”, reforçou em discurso contundente.  

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