Política

Congresso está mais forte por causa de governo sem coalizão de Bolsonaro, diz Maia

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Presidente da Câmara diz que presidente terá dificuldade em aprovar projetos se mantiver base aliada frágil  |   Bnews - Divulgação Fátima Meira/Futura Press/Folhapress

Publicado em 13/07/2019, às 16h55   Folhapress



O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou neste sábado (13), em entrevista à Folha, que o Congresso tem se fortalecido por causa da forma com que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) faz política, sem uma base de coalizão apoiando o governo.

"O sistema é presidencialista. No sistema presidencialista, o presidente é sempre a figura mais poderosa da política. Acho que a forma com que o presidente compreende a relação com o Legislativo dá a impressão de que o Parlamento está mais forte. O Parlamento está mais forte exatamente pela forma com que o presidente faz política", disse Maia.

"Quando os governos fazem presidencialismo de coalizão, assumem prerrogativas do Legislativo. E a decisão do presidente de governar sem uma coalizão nos obriga a recuperar a nossa prerrogativa", disse.

Para Maia, se o presidente Bolsonaro mantiver esse modelo de relação com o Congresso, com uma base aliada frágil e de possíveis conflitos, terá dificuldade em aprovar projetos de interesse do governo.

Na avaliação dele, somente propostas que interessam ao estado brasileiro, como as reformas da Previdência e a tributária, terão sucesso. A reforma tributária, aliás, é uma de suas prioridades no segundo semestre.

"Os projetos de interesse do governo, ou se melhora o diálogo e a relação, ou o governo não terá a menor chance de aprová-los", disse, citando como exemplo a agenda de privatizações do governo. 

Na entrevista, realizada na residência oficial da Presidência da Câmara, Maia negou se considerar um "primeiro-ministro", mas disse ter chegado ao "topo" de sua carreira política no comando da presidência da Câmara com a aprovação do primeiro turno da reforma da Previdência, concluído na noite desta sexta-feira (12).

"Foi o discurso mais importante da minha vida", afirmou, sobre o discurso que fez na última quarta-feira (10), no plenário, na votação da reforma.

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