Política

O ministro não é mais juiz, diz Rui ao criticar acesso de Moro a dados sob sigilo

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Nesta sexta, o PT apresentou queixa crime e pediu a prisão de Sérgio Moro em documento enviado à Procuradoria Geral da República (PGR)  |   Bnews - Divulgação BNews

Publicado em 26/07/2019, às 23h07   Pedro Vilas Boas* e Eliezer Santos


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O governador Rui Costa (PT) fez coro às declarações da presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, apontando que o ministro da Justiça, Sérgio Moro, cometeu crime ao acessar dados que estavam sob sigilo da Polícia Federal no caso dos hackers que acessaram telefones de autoridades.

"Se o processo está correndo em sigilo de Justiça, o atual ministro não é mais juiz [...] Isso também constitui um crime e uma irregularidade. Como é o que o ministro sabe de todo mundo, tem o conteúdo da investigação da Polícia Federal, já sabe os nomes das pessoas?", questionou Rui nesta sexta-feira (26), durante passagem por Itabuna, no sul da Bahia, para inauguração do Teatro Municipal Candinha Dória.

Rui ainda criticou a iniciativa do ex-juiz da Lava Jato de requerer a destruição das informações obtidas com os hackers. Os dados coletados foram associados às publicações do site The Intercept, que começou a revelar conversas que Moro mantinha com procuradores quando era responsável por julgar os processos da operação Lava Jato. 

“Eu sou a favor de toda e qualquer investigação, inclusive sou a favor de se avaliar, independente da origem das informações, o conteúdo. Aquilo que está sendo revelado é muito grave. Graças a Deus o ministro do Supremo tomou a decisão de que não pode destruir prova. A prova que está lá pode ser para inocentar as pessoas que eventualmente estão sendo acusadas de terem feito ilegalidade como são provas que eventualmente podem comprovar irregularidades e crimes de várias pessoas”, argumentou o governador.

Nesta sexta, o PT apresentou queixa crime e pediu a prisão de Sérgio Moro em documento enviado à Procuradoria Geral da República (PGR).

"Quem pode, quando o processo estiver transitado em julgado, autorizar que aquele material seja destruído é apenas a Justiça. No Brasil a gente precisa separar de uma vez ‘política é política e Justiça é Justiça’, porque aí não se faz justiça vai se fazer política", encerrou Rui.

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