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Lava Jato: chaves apreendidas na casa de ex-executivo podem dar acesso a sistema da Odebrecht 

Divulgação / Polícia Federal
Dois foram alvos de prisão temporária; Ferro foi preso em São Paulo, mas o advogado Nilton Serson não foi detido  |   Bnews - Divulgação Divulgação / Polícia Federal

Publicado em 21/08/2019, às 11h32   Redação BNews


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Quatro chaves físicas de criptografia apreendidas na casa do ex-executivo da empreiteira Odebrecht, Maurício Ferro, genro de Emilio Odebrecht e um dos raros homens do antigo alto comando da companhia a não fazer delação premiada, podem dar um novo rumo para as investigações da Lava Jato. Ferro foi preso em São Paulo e será levado para Curitiba. 

Em coletiva na manhã desta quarta-feira (21), a Polícia Federal (PF) detalhou que as apreensões ocorreram no âmbito da 63ª Operação Lava Jato - Fase Carbonara Chimica. Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em São Paulo e dois na Bahia. Na oportunidade, a PF também informou que um dos alvos de mandado de prisão temporária, o advogado Nilton Serson não foi preso, pois está nos Estados Unidos.

Segundo a PF, as chaves são tokens entregues para operadores específicos e usados para acessar o Drousys, um dos sistemas usados pela Odebrecht para gerir a propina. A polícia acredita que por meio de uma dessas chaves seja encontrada a senha de acesso a duas pastas que “trazem dados mais próximos em termo de data”. As autoridades policiais afirmaram ainda que já tiveram acesso a uma parte do sistema que não estava criptografado.

A polícia investiga pagamentos de R$ 50 milhões em propinas para os ex-ministros Antonio Palocci e Guido Mantega que estão na mira na nota etapa. A ação aprofunda a investigação de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro relacionados a medidas provisórias editadas pelos ex-ministros.

As MPS concederam o direito de pagamento de débitos fiscais do imposto sobre produtos industrializados. Os alvos já foram denunciados pela Lava Jato pela prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Palocci e Mantega teriam favorecido a Braskem pelas medidas e, em contrapartida, recebido pelo menos R$ 50 milhões em propinas.

A nota etapa é baseada em uma série de documentos encaminhados pela Braskem ao Ministério Público Federal (MPF) por meio do acordo de leniência. Há indícios, segundo o MPF, de que Mauricio Ferro, quando diretor jurídico da Braskem, teria comandado a celebração de pelo menos 18 contratos fraudulentos com Nilton Serson entre 2005 e 2013. O advogado não teria prestado nenhum serviço.

Os contratos, segundo o MPF, serviram apenas como repasse dissimulado de valores. A Braskem teria repassado R$ 78 milhões para Serson. Contas no exterior eram utilizadas para mascarar o esquema. Em 2010, por ordem de Maurício Ferro foram transferidos pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht pelos menos US$ 10 milhões para contas que eram mantidas no exterior por Serson em nome de offshores.

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