O clima na Assembleia Legislativa não está bom desde julho deste ano e, com a proximidade do fim do ano, vai ficar ainda pior. O aumento de custos em decorrência do reajuste salarial dos deputados, entre outros gastos não previstos no orçamento, somado a não confirmação de que o restante da suplementação solicitada ao governador Jaques Wagner será encaminhada tem causado instabilidade no parlamento baiano.
Os funcionários da Casa saem no final do expediente com uma informação e retornam com outra. A última novidade, esta positiva, foi anunciada pelo jornalista Levi Vasconcelos, na coluna Tempo Presente do jornal A Tarde. De acordo com ele, após a mobilização dos trabalhadores, o presidente do Legislativo, Marcelo Nilo (PDT), voltou atrás e declinou da ideia de fechar o restaurante do Palácio Luís Eduardo Magalhães em dezembro.
Entre os deputados a insegurança também permanece. Só que em outra proporção. Os parlamentares esperaram o último dia de outubro para saber se receberiam os repasses das verbas indenizatórias – até R$ 29 mil – e chegou. Em novembro, a dúvida continua, conforme revelou um representante da Casa à reportagem do
Bocão News.
Este mesmo parlamentar coloca na conta do presidente Marcelo Nilo (PDT) a responsabilidade pelos acontecimentos. Ele afirma que a prova para uma suposta perda de prestígio do presidente com o governador é de que em 2010 a suplementação chegou aos R$ 51 milhões. O pedido deste ano foi de R$ 39 mi. O governo enviou R$ 22 mi.
Quando o assunto é o bolso, os deputados deixam de lado as questões partidárias e agem em bloco. Contudo, a maioria deles prefere não falar abertamente sobre o assunto. Este resguardo demonstra a fragilidade das relações entre os poderes do estado – Executivo e Legislativo -. Os deputados, ao que parece, preferem ficar sem dinheiro a se desgastar com o governador.
Foto: Edson Ruiz // Bocão News
Matéria originalmente postada às 10h30