Política

Eleição PT Bahia: Emiliano retira candidatura e abre possibilidade de acordo entre Éden e Lucinha

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Eleição ocorre em outubro  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 18/09/2019, às 19h45   Juliana Nobre


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Um dos nomes de referência dentro do Partido dos Trabalhadores, o jornalista Emiliano José deixou a disputa pela presidência da sigla. Em carta divulgada nesta quarta-feira (18), o petista esboçou os motivos que o levaram a deixar o pleito e reforçou seu voto em Éden Valadares. Emiliano José discorda do acordo de divisão do mandato em dois anos para cada.

“As coisas andaram de modo diverso. Por variados caminhos, com a preocupação de manter a unidade, chegou-se à conclusão de que devêssemos dividir o mandato de quatro anos em dois períodos de dois anos. Desde o primeiro momento, manifestei o meu desacordo com a proposta de divisão do mandato. O momento que vivemos exige a consolidação de um mandato presidencial. Esse mandato não pode e não deve ser interrompido. Requer-se um presidente que, democraticamente, dê rumos sólidos para o enfrentamento dessa conjuntura plena de desafios, envolvendo, além dos aspectos internos, organizativos, da democracia interna, as eleições municipais de 2020 e as eleições estaduais e presidenciais de 2022”, escreveu.

Ao BNews, o senador Jaques Wagner reconheceu a relevância do gesto do jogo. “Emiliano é quadro dos mais qualificados da sua geração e um dirigente atento à política, dentro e fora do PT. Sua carta é um gesto de enorme grandeza”, comentou o senador Jaques Wagner.

Emiliano ainda agradece ao apoio do deputado estadual Rosemberg Pinto, um dos principais articuladores da sua candidatura. “O companheiro e amigo deputado Rosemberg me propôs a alguns meses atrás que admitisse a possibilidade de vir a ser presidente do PT. [...] O deputado Rosemberg, o tempo inteiro, pelo que sou muito grato, reivindicou o meu nome como caminho da unidade”. 

O líder do governo por sua vez concorda com a artificialidade da divisão do mandato, mas reconhece que é o momento de unificar. “Depois da eleição [PED], Emiliano reconhece a possibilidade da manutenção do companheiro Éden por quatro anos para cumprir a tarefa de unir e renovar essa nossa concepção prática e política do PT. Fico muito feliz com o companheiro Emiliano, que se colocou à disposição, mas que encontrou em Éden a possibilidade de se fazer essa transformação que seria dada a ele. Emiliano é um excelente quadro do partido e um companheiro das lutas democráticas. Ele soube, através dessa carta, encontrar respostas para a construção da unidade do PT”.

O outro lado

No entanto, fontes do BNews apontam que existe um jogo combinado: Emiliano deixa espaço para um acordo político com outro candidato e garante a divisão do mandato. Neste sentido, a candidata Lucinha seria o nome mais cotado, já que levará para o congresso estadual no dia 25 de outubro, quase 17% dos delegados. Somando com os quase 40% da chapa Renova, encabeçada por Éden Valadares, teriam a maioria para a eleição do novo presidente.
Neste caso, Éden assume os quatro anos em troca de cargos dentro do comando do PT Bahia.

A reportagem tentou contato com Éden Valadares, mas não obteve retorno.

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