Política

Petroleiros apontam clima de terror com fim das atividades da Petrobras na Bahia

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Frente em Defesa da Petrobras é lançada na Câmara de Salvador  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 29/10/2019, às 16h31   Juliana Nobre e Henrique Brinco


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O encerramento das operações da Petrobras na Bahia vai causar inflexão na economia do estado e já causa um clima de terror entre os trabalhadores. Diante disso, a Câmara de Salvador lançou a Frente em Defesa da Petrobras, na manhã desta terça-feira (29). O grupo é suprapartidário e vai atuar em conjunto com as frentes da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia e do Congresso Nacional. 

André Araújo, diretor financeiro do Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA), falou sobre como está a situação dos funcionários que estão prestes a sair do prédio na Bahia. Em Salvador, a Petrobras comunicou a 2,5 mil funcionários terceirizados que eles serão demitidos e a 1,5 mil funcionários efetivos que eles serão transferidos para outros estados, a partir de novembro. 

"Primeiro houve um clima de terror, as pessoas sendo assediadas por conta da possível transferência, por conta da possível transferência. E aí nós acionamos o Ministério Público do Trabalho, que entrou com uma ação, suspendendo as transferências até que a Petrobras discutisse melhor essas mobilizações e negociasse. Por enquanto, uma liminar mantém o pessoal na Bahia. Mas a gente sabe que é uma decisão que pode ser revogada ou pode ser confirmada no caso de uma sentença no tribunal", explica.

A Petrobras está vendendo áreas operacionais em todos os estados do Nordeste, onde o presidente Jair Bolsonaro (PSL) perdeu as eleições. Está também fechando edifícios-sedes da estatal, demitindo terceirizados e transferindo para o Sul, concursados em estados nordestinos como Sergipe e Rio Grande do Norte, além da Bahia. 

Na capital baiana, a empresa vai desocupar o edifício Torre Pituba, onde funciona a administração da Estatal na Bahia, e desfazer um contrato de 30 anos de aluguel do prédio firmado com a Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros), proprietária o edifício de 22 andares.

Conforme a economista Ana Georgina, Supervisora Técnica do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos na Bahia (Dieese-BA), 20% da arrecadação de ICMS no estado vem da Petrobras. Na avaliação dela, o polo petroquímico de Camaçari vai ser impactado com a saída Petrobras da Bahia e com a venda da estatal.

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