Política
Publicado em 12/11/2019, às 06h42 Folhapress
O ex-presidente da Bolívia Evo Morales, que renunciou à Presidência neste domingo (10), após ser pressionado por intensas manifestações e pelas Forças Armadas, embarcou num avião rumo ao México na noite desta segunda-feira (11).
Em publicação em uma rede social, o líder disse que "dói abandonar o país por razões políticas". Ele prometeu voltar em breve com "mais força e energia".
O México concedeu asilo a Evo nesta segunda —de acordo com o chanceler do país, Marcelo Ebrard, o ex-mandatário havia aceitado uma oferta do presidente Andrés Manuel López Obrador.
Segundo o chanceler, o governo mexicano considera que a "vida e a integridade" do boliviano correm perigo. Mais cedo, ele havia dito que Evo "solicitou formal e verbalmente asilo político em nosso país".
O México já havia oferecido asilo a Evo no domingo (10) e anunciou ter recebido 20 integrantes do Legislativo e do Executivo da Bolívia em sua embaixada em La Paz.
Minutos antes da publicação de Evo, o comandante das Forças Armadas da Bolívia, Williams Kaliman, havia anunciado na TV que enviaria tropas às ruas para realizar “operações armadas em conjunto [com a polícia] contra grupos de vândalos”.
A decisão foi uma resposta ao pedido de intervenção militar feito pela polícia para conter uma reação violenta dos apoiadores de Evo contra os opositores Carlos Mesa e Luís Fernando Camacho e contra o Congresso Nacional.
Mais cedo, o comandante da polícia, Yuri Calderón, nomeado pela gestão Evo, também havia renunciado. Por ora, a polícia está sendo comandada por uma junta interina.
Nos protestos desta segunda, centenas de moradores de El Alto desceram em direção a La Paz, correndo pelas vias tortuosas que ligam as duas cidades, para chegar à sede do governo boliviano. Eram apoiadores de Evo, que gritavam: “Agora sim, guerra civil”.
As poucas lojas que ainda estavam abertas foram fechadas, e manifestantes montaram barricadas e fogueiras.
Na zona sul da capital (de classe média alta), os moradores ergueram suas próprias barreiras de proteção, e a polícia tentava deter os manifestantes.
Segundo a imprensa local, apenas nesta segunda houve mais de 20 feridos.
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