Política

Saída de Bolsonaro do PSL implica em possibilidade de abandono de fundo partidário

Agência Brasil
Deputados que vão seguir o presidente no Aliança estão preocupados com dinheiro  |   Bnews - Divulgação Agência Brasil

Publicado em 13/11/2019, às 08h51   Yasmin Garrido


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Fazer uma campanha política com poucos recursos é bastante difícil, apesar de o presidente Jair Bolsonaro afirmar ter conseguido se eleger em 2018 gastando quase nada. Por esse motivo, ele não tem demonstrado preocupação com a possibilidade de não levar para o Aliança o fundo partidário do PSL.

No entanto, os deputados que vão acompanhar o presidente na migração para o novo partido estão com a pulga atrás da orelha. Eduardo Bolsonaro já deixou claro que levar o fundo partidário é “questão de justiça”. O que poucas pessoas sabem é que, desde que Jair chegou ao PSL, o fundo do partido foi o maior de toda a história.

Em 2018, o PSL recebeu apenas 1% do fundo partidário, mas agora lidera com mais de 12% da verba distribuída, superando o maior rival, o PT, mesmo com a bancada menor. De acordo com dados coletados pelo Tribunal Superior Eleitoral até setembro deste ano, o PSL já contabilizava R$ 63,7 milhões de todo o montante - que é de R$ 532 milhões - distribuído em 2019.

Em 2018 inteiro, o partido obteve apenas R$ 9,6 milhões do total, ou 1,1% do fundo partidário. O PT ficou com cerca de 13% dos recursos do fundo no biênio 2017/2018, e até setembro tinha pouco mais de 10%, ou R$ 53,5 milhões.

A legislação eleitoral aponta que 5% dos recursos do fundo partidário são distribuídos igualmente a todos os partidos aptos, enquanto os 95% restantes vão para as bancadas com maior proporção de votos obtidos na última eleição para a Câmara dos Deputados. 

Ao criar o Aliança, Bolsonaro corre o risco de chegar ao novo partido sem recurso para as próximas eleições. A partir de agora, a briga dos deputados é: deixar o PSL sem perder o mandato e levar para o novo partido os recursos do fundo partidário. Não há decisão judicial sobre o tema.

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