Política

Paulo Guedes fala de possibilidade de AI-5, mas recua e diz que medida é "inconcebível"

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Ministro da Economia alegou que "alguém" poderia pedir o AI-5 em caso de manifestações violentas no país  |   Bnews - Divulgação Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Publicado em 26/11/2019, às 13h44   Redação BNews



O ministro Paulo Guedes avisou na manha desta terça-feira (26), em conversa com jornalistas em Washington (EUA), para não se assustarem caso alguém peça a volta do AI-5 para conter eventuais manifestações violentas no país. Mas não demorou para que o líder da pasta da Economia voltasse atrás e definisse a medida como algo "inconcebível".

Guedes alegou que seria uma postura "irresponsável" de qualquer cidadão que vá à rua para promover "quebradeira", principalmente aqueles que acreditam na "democracia". Sobre o AI-5, medida institucional implantada durante o regime militar no país, o ministro do governo Bolsonaro lembrou que ele já foi aprovado "uma vez".

"É irresponsável chamar alguém pra rua agora pra fazer quebradeira. Pra dizer que tem que tomar o poder. Se você acredita numa democracia, quem acredita numa democracia espera vencer e ser eleito. Não chama ninguém pra quebrar nada na rua. Ou democracia é só quando o seu lado ganha? Quando o outro lado ganha, com dez meses você já chama todo mundo pra quebrar a rua? Que responsabilidade é essa? Não se assustem então se alguém pedir o AI-5. Já não aconteceu uma vez? Ou foi diferente?", questionou.

Entre as medidas implantadas pelo AI-5, assinado em 1968, estão o fechamento do Congresso Nacional, retirada de direitos constitucionais e perseguição ainda maior a jornalistas e opositores ao regime.

Em seguida, logo após a declaração, que lembrou à menção feita pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro recentemente, em uma fala acalorada sobre uma eventual "radicalização da esquerda", Guedes recuou e admitiu que algo como o AI-5 seria "inconcebível".

"É inconcebível, a democracia brasileira jamais admitiria, mesmo que a esquerda pegue as armas, invada tudo, quebre e derrube à força o Palácio do Planalto, jamais apoiaria o AI-5, isso é inconcebível. Não aceitaria jamais isso.", argumentou.

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