Política

Paulinho da Força lembra que voto de Neto tirou apoio do Centrão a Ciro: "Com certeza a eleição seria outra"

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Em momento de reaproximação do presidente nacional do DEM com o PDT, líder do Solidariedade recorda com pesar defesa por Alckmin em 2018  |   Bnews - Divulgação Vagner Souza/BNews

Publicado em 01/12/2019, às 11h36   Luiz Felipe Fernandez e Eliezer Santos


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Presidente nacional do Solidariedade, o deputado federal Paulinho da Força ainda lembra com pesar a reunião que decidiu o apoio do Centrão a um dos candidatos à presidência em 2018. Há menos de um ano das eleições municipais e em um momento em que o presidente nacional do DEM, ACM Neto, busca se reaproximar do PDT, ele lamenta a falta de "coragem" para uma guinada "mais à esquerda" na época e o voto decisivo do prefeito de Salvador a favor de Geraldo Alckmin, que ficou em quarto lugar na disputa e fora do segundo turno.

"Só para lembrar esse episódio, fui um dos que defendi que aquele bloco de partidos, que aprenderam a chamar de 'Centrão', apoiasse Ciro Gomes. Se a gente apoiasse [...] ele não teve força política para ir para o segundo turno. Com certeza a eleição seria outra, ao invés de ir o Haddad [...] O ACM Neto foi um dos que não votou com a posição de apoiar o Ciro, se tivesse votado nós tínhamos ganho de 3 a 2", recorda.

"Nós somos um pouco responsáveis pelo que está acontecendo com o Brasil agora. Não tivemos coragem de apoiar uma candidatura mais à esquerda e ter levado o Brasil para outro caminho, não esse que estamos verificando hoje, com desemprego, recessão, essa loucura que estamos passando", avalia Paulinho. 

Em Brasília, o sindicalista recebeu a reportagem do BNews em seu gabinete, durante o encontro que teve com o presidente da Câmara Municipal de Salvador e pré-candidato à prefeitura em 2020, Geraldo Júnior, considerado por ele a "terceira via" na disputa. Para Paulino da Força, a chapa formada na capital baiana entre PSC, Solidariedade, MDB e PTB representa a "arrumação" que o Brasil espera - fora da polarização esquerda-direita.

Ele ressalta ainda que o sucesso de Geraldo Junior no pleito municipal seria fundamental para a sigla, já que a capital baiana tem o quarto maior colégio eleitoral do país.

"Nós vamos disputar treze capitais, devemos ganhar umas 5 ou 6 dessas, e Salvador com certeza seria a maior delas, até porque é a quarta maior cidade do Brasil em número de eleitores. Então seria para o Solidariedade muito importante, principalmente para um partido que tem apenas seis anos de idade", reconhece.

Principal nome do Centro para as eleições de 2022, Ciro Gomes não esconde a sua vontade de dialogar com diversos partidos, entre eles o Democratas, do presidente da Câmara Rodrigo Maia, que já foi elogiado pelo cearense em algumas ocasiões, e o prefeito ACM Neto. O pedetista também já admitiu ter iniciado conversas com o PSB, a Rede e o PV.

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