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Marcelo Odebrecht afirma que empresa fazia pagamentos não contabilizados desde os anos 80

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Engenheiro contou que Lava jato e manipulação interna forma gatilhos para derrocada da Odebrecht   |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 17/12/2019, às 11h07   Redação BNews


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Marcelo Odebrecht, que ficou preso por dois anos e cinco meses em Curitiba, condenado a mais de 30 anos de cadeia por corrupção, pela Operação Lava Jato, contou ao O Globo que a empresa fazia pagamentos não contabilizados, não apenas para campanhas eleitorais. Ele explicou que havia empresas que não aceitavam pagar no caixa dois, mas que a Odebrecht sempre foi tolerante com o caixa dois.

"Desde os anos 1980, bem antes de meu ingresso na empresa como estagiário, havia pessoas na Odebrecht que apoiavam os executivos na realização de pagamentos não contabilizados. Eram bônus não declarados para executivos, pagamentos em espécie a fornecedores, especialmente em zonas de conflito, investimentos em que não queríamos aparecer, caixa dois para campanhas, e eventualmente até propinas", contou.

Marcelo ainda afirmou que a Lava Jato foi "o gatilho para nossa derrocada". Segundo ele, a Odebrecht poderia ter saído da crise menor, mas mais bem preparada para um novo ciclo. "Só que nós não soubemos conduzir o processo da Lava Jato. A Odebrecht quebrou por manipulações internas, não apenas pela Lava Jato". Ele contou que a empresa era descentralizada e que um líder não sabia exatamente o que o outro tinha feito.

O engenheiro ainda explicou das manipulações internas que ocorreram na empresa. Segundo Marcelo, três meses após a prisão, ele e outros executivos presos queriam colaborar com a justiça, mas recebiam a informação de que a empresa não estava pronta para o acordo, mas depois ele descobriu que o que levavam para a Odebrecht era que ele não queria colaborar.

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