Política

Marcelo Odebrecht acusa pai e cunhado de levarem empresa à recuperação judicial

Agência Brasil
Baiano tem feito revelações por e-mail desde que deixou a prisão, em 2017  |   Bnews - Divulgação Agência Brasil

Publicado em 19/12/2019, às 06h27   Redação BNews


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O empresário Marcelo Odebrecht tem desandado a escrever e-mails desde que deixou a prisão em 2017. No entanto, em cada mensagem enviada, ele faz revelações que envolvem desde o pai, Emílio Odebrecht, ao cunhado, Maurício Ferro, além do novo diretor-presidente da holding, Ruy Lemos Sampaio.

De acordo com as mensagens, o baiano construiu uma tese sobre os motivos que levaram a empresa a solicitar recuperação judicial, com dívidas que chegam a R$ 98,5 bilhões. Em uma minuta de 64 páginas, escrita por Marcelo, ele manifesta a intenção de disponibilizar o conteúdo à força-tarefa da Lava Jato.

Em uma das mensagens, o empresário fala da traição de Maurício Ferro e diz que “o maior prejuízo nem foram os R$ 200 milhões roubados, mas tudo o que ele fez, destruindo a Odebrecht e as relações familiares, para ocultar este roubo”.

Quanto ao pai, Marcelo coloca na conta de Emílio muitos dos erros que levaram à fase de recuperação judicial da empresa. Os dois romperam relação quando o empresário ainda cumpria pena em Curitiba. Ele questiona uma operação feita pelo pai, segundo a qual o genitor teria “esvaziado a Kieppe”, holding familiar controladora da Odebrecht.

Emílio, segundo Marcelo, ainda teria utilizado o poder no comando para nomear executivos que tinham “conflito de interesse”. Para ele, os escolhidos não focaram na gestão dos negócios e, muitas vezes, tomavam decisões em benefício próprio e em prejuízo à Odebrecht. Em especial, foi questionada a escolha de Ruy Lemos Sampaio para assumir o conselho de administração do grupo e, na última segunda-feira (16), o posto de diretor-presidente.

“Existem evidências fortes, inclusive registros no My Web Day e Drousys [sistemas usados pela empresa para gerir o pagamentos de propinas], de que RLS [sigla para Ruy Lemos Sampaio], o representante escolhido pelo mandatário [Emílio Odebrecht], recebeu ou intermediou pagamentos indevidos. Isto entre outros fatos, como de obstrução à Justiça, que precisam ser urgentemente apurados”, escreveu ele em um dos e-mails.

Marcelo ainda faz críticas à falta de transparência do comando da empresa, principalmente em relação à recuperação judicial.

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