Política

Governo adota abstinência sexual como política pública para combater gravidez precoce

Wilson Dias/Agência Brasil
Brasil está acima da média nacional em relação à gravidez entre adolescentes   |   Bnews - Divulgação Wilson Dias/Agência Brasil

Publicado em 03/01/2020, às 11h20   Redação BNews



O incentivo à abstinência sexual se tornou políticas públicas para o Governo Bolsonaro no combate a gravidez precoce. Conforme matéria do O Globo, os ministérios da Mulher, Família e Direitos Humanos (MDH) e da Saúde elaboraram políticas para estimular jovens a deixarem de fazer sexo. A inciativa, no entanto, é considerada controversa e ineficaz por estudiosos do assunto.

O ministério liderado por Damares Alves, passou a preparar eventos públicos para promover a abstinência sexual, sob o pretexto de discutir iniciativas voltadas à prevenção da gravidez na adolescência. Conforme o O Globo, o ministério afirmou que usou como referência “estudos científicos e a normalização da espera como alternativa para iniciação da vida sexual em idade apropriada, considerando as vantagens psicológicas, emocionais, físicas, sociais e econômicas envolvidas, sem que isso implique em críticas aos demais métodos de prevenção”.

Em um dos eventos do governo, na entrada do auditório, dois cartazes criticavam o uso da camisinha como método de prevenção e afirmavam que poros no preservativo permitem a passagem do vírus HIV. Os responsáveis pelo evento negaram ter qualquer responsabilidade sobre os cartazes ou endossar o conteúdo ali expresso. Um padre recolheu o material ao fim do evento.

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), mostram que o Brasil está acima da média nacional em relação à gravidez precoce. “índice de 56,4 nascimentos a cada mil mulheres adolescentes na segunda metade da década — a taxa mundial é de 44 para cada mil”.  

Em nota ao site, a pasta nega a promoção da abstinência como política de governo: “A ideia é garantir o empoderamento de meninas e meninos sobre o planejamento de vida e a consequência de suas escolhas”, afirmou o ministério, em nota. “A ideia de promover a preservação sexual está sendo considerada como estratégia para redução da gravidez na adolescência por ser o único método 100% eficaz e em razão de sua abordagem não ter sido implementada pelos governos anteriores”. 

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