Política

Neto diz que data para entrega do Centro de Convenções foi “coincidência”

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Em entrevista à rádio Metrópole, o prefeito de Salvador também defendeu que governo do estado desista de construir seu próprio Centro   |   Bnews - Divulgação Vagner Souza/BNews

Publicado em 23/01/2020, às 09h26   Redação BNews


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O prefeito ACM Neto (DEM) comentou nesta quinta-feira (23) que a escolha da data de inauguração do Centro de Convenções de Salvador - que será entregue no dia do seu aniversário, proximo domingo (26) – foi uma coincidência. Durante entrevista ao jornal da Bahia no Ar, da Rádio Metrópole, o democrata também sugeriu que o governo do estado desista da ideia de construir um novo centro de convenções no bairro do Comércio. 

Neto disse que o equipamento entregue deve atrair mais de R$ 500 milhões em virtude e tornar Salvador destino turístico "do ano inteiro" - e não mais apenas durante a alta estação. Inicialmente previsto para dezembro, a entrega da obra acabou sendo adiada em virtude da necessidade de realização de ajustes na obra e da realização do Festival Virada Salvador, no final de dezembro.

Neto diz que a inauguração acontecer no dia do seu aniversário foi uma coincidência. "Todo ano eu procuro no dia 26 inaugurar uma obra importante para Salvador", explicou. Ele lembra que em 2019, na mesma data, ele inaugurava as obras da foi Comunidade Guerreira Zeferina, em Praia Grande.

Ao verificar que os finais de semana de janeiro estariam ocupados com as festividades da Lavagem do Bonfim, celebração da festa de Iemanjá e depois carnaval, a prefeitura percebeu que o único final de semana seria o de 25 e 26 de janeiro. Sobre as intenções do governo do estado de construir um outro centro de convenções no prédio do antigo Instituto do Cacau, no comércio, Neto sugeriu que a ideia de implantar o equipamento seja abandonada. 

O prefeito argumentou que Centro de Convenções seria menor e sem espaço para estacionamento. Ressaltando que o equipamento construído pelo Executivo municipal é "da cidade e não do prefeito", Neto sugeriu também que o governo do Estado venda o terreno do antigo Centro de Convenções e que o dinheiro seja investido em outras áreas que precisem de investimento.

Eleições

Sobre o final de sua gestão, o democrata disse que sentirá falta da cidade e da rotina da prefeitura. "É impossível não sentir falta. Eu vivo isso intensamente. Eu respiro a cidade", declarou. Contudo, Neto defendeu que é importante renovar o comando da cidade, e que é fundamental "concluir ciclos". "Vou mudar de chip em janeiro. Vou tirar o chip de prefeito e entregar Salvador ao meu sucessor. Tenho plena convicção de Bruno [Reis, vice-prefeito e secretário municipal de Infraestrutura] está pronto para ser prefeito. Não escolheria ele como meu candidato se não tivesse essa certeza", declarou.

Ele destaca que Reis acumulou experiência ao longo de seus anos de vida pública, como vice-prefeito e secretário municipal de infraestrutura. Neto também avalia que ao anunciar a pré-candidatura de seu vice-prefeito com 12 partidos aliados na largada da disputa pode ser um trunfo. "Sem dúvida alguma saímos na frente. Sair na frente pode significar algo? Pode significar e pode não significar", ponderou. Para Neto, fica claro que a oposição ainda não ter anunciado seu candidato revela que o grupo ainda não definiu uma estratégia para o sufrágio do próximo outubro.
O atual prefeito opinou que um dos pré-requisitos para governar Salvador é ter a "cara da cidade". 

"Vejo surgir nomes do outro lado que não são da cidade, não conhecem a rotina da cidade", alfinetou. Na última quarta-feira (22), Neto respondeu críticas do pré-candidato do PSD à prefeitura e senador, Angelo Coronel, ressaltando que ele "deve conhecer muito de Coração de Maria". Para Neto, a oposição deve pulverizar o apoio as candidaturas, como fez em 2016.

O prefeito também descarta um cenário eleitoral atípico, como foi o de 2018. "A política está organizada, com ambos os espectros ideológicos com nomes que gozam de confiança popular", avaliou. Ele ponderou que assim como ele mesmo, o governador Rui Costa (PT) goza de grande popularidade junto à população soteropolitana. 

"Para surgir um outsider, um candidato com a linha mais messiânica, precisa haver um cenário de desgaste da classe política, e isso não existe em Salvador", concluiu. Segundo Neto, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se elegeu em um cenário de "terra arrasada" na política nacional, e que a população de Salvador amadureceu com os avanços dos últimos anos, deixando pouco espaço para o avanço da "falta de bom senso".

Sobre os opositores que tentam colar sua imagem à do capitão, Neto lembra que não votou no presidente eleito no primeiro turno, e que declarou seu voto em Bolsonaro apenas no segundo turno - porque não tinha "nenhuma condição de votar no PT".

Neto reafirmou que o DEM tem se alinhado com a agendas relevantes ao país, mas sem formar a base do governo. Ele ressalta que não tem quadros na atual gestão, ou relação com a indicação dos ministros filiados a legenda e que fazem parte do governo. Neto também recorda que se posicionou contrário a pauta de costumes do governo federal em diversas ocasiões no ano passado.  

"Ele [o presidente] fez menos pelo Nordeste do que poderia ter feito. Espero que o governo a partir de agora garanta presença na região.  Ainda existe uma grande disparidade regional e o governo federal precisa agir", criticou. Neto também voltou a dizer que os opositores tendem a "quebrar a cara" caso insistam em abordar questões nacionais na disputa eleitoral deste ano. "Vai quebrar a cara quem achar que pode virar a eleição municipal nacionalizando o debate sobre a disputa", concluiu.

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