Política

Aladilce diz estar decepcionada com Rui Costa por causa da PEC da Previdência: “É um desastre como ele está tratando o servidor”

Roberto Viana/BNews
Vereadora esteve em ato contra aprovação da PEC 159, na Alba  |   Bnews - Divulgação Roberto Viana/BNews

Publicado em 31/01/2020, às 16h44   Pedro Vilas Boas e Aina Kaorner


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A vereadora de Salvador, Aladilce Souza (PCdoB), disse que está decepcionada com o governador Rui Costa (PT) por ter encaminhado a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 159 para aprovação na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), com o objetivo de que modificar as regras do Regime Próprio de Previdência Social dos servidores públicos do estado.

“A gente vê com muita decepção essa atitude do governador de não conversar e dialogar. A democracia pressupõe o diálogo. A Previdência é patrimônio do servidor. Nós elegemos um governo democrático, nossa expectativa é que o governo dialogue com os partidos e movimentos sociais. A PEC 159 mantém o mesmo princípio da PEC nacional, de aumentar o tempo de trabalho e reduzir os benefícios”, disse Aladilce, em entrevista ao BNews, durante manifestação dos servidores contra a votação da PEC, na tarde desta sexta-feira (31), na Alba.

“Nossa expectativa é que o governo recue e que a bancada governista não vote essa PEC. Acho que ela é desnecessária. Nós precisávamos de mais tempo para discutir a situação da Previdência. Não basta passar os dados. Era preciso abrir uma mesa de debate e discussão com as representações dos servidores públicos. Nós temos propostas e alternativas. Essa alternativa que o governo encontrou de apenas cortar do lado do servidor não vai resolver, porque não aborda as causas do déficit. Uma das causas, inclusive, é a falta de concursos públicos. Ao terceirizar a mão de obra ele está esvaziando a Previdência Social”, observou Aladilce.

Questionada sobre a Portaria nº 1.348, que determina que os estados e municípios se adequem às novas regras da reforma da Previdência, Aladilce disse que as determinações já foram cumpridas pelo governo da Bahia.

“A portaria exige que os governos e prefeituras façam duas coisas: cobrar alíquota mínima de 14% e criar a Previdência complementar. Essas duas coisas o governo Rui já fez. A Previdência complementar já existe desde 2016 e alíquota, no ano passado, já aumentou de 11 para 14%. Ainda assim, o governo federal disse que os estados têm até junho para ajustar”, observou.

Aladilce disse ainda que o governador está usando uma estratégia de jogar a população contra o servidor.

“É um desastre a forma como ele está tratando os movimentos sociais e o servidor público. O governador está fazendo questão de jogar a população contra o servidor. O servidor é povo também. O servidor público é uma necessidade absoluta do estado. Sem o servidor, não tem estado de direito. Sem o servidor, o governo não consegue fazer acontecer as políticas sociais que vão diminuir a desigualdade. O governador trata o servidor como se fosse um peso, quando ele fala que ‘a população está sendo sacrificada para pagar’. É o servidor que está no hospital cuidando das pessoas, ele está na escola dando aulas, está no serviço de segurança. Essa distinção que ele [o governador] faz é perversa. Previdência não é gasto, é um investimento para que a máquina o estado funcione bem”, defendeu a vereadora.

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