Política

Sem governador e com pré-candidatos ausentes, base de Rui vai enfraquecida à Festa de Iemanjá

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Segundo a Secretaria de Comunicação, a ida de Rui Costa foi vetada pelos médicos na tarde de sábado (1°)  |   Bnews - Divulgação Montagem BNews

Publicado em 02/02/2020, às 05h55   Pedro Vilas Boas


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O termômetro político da Lavagem do Bonfim, celebrada em 16 de janeiro, apontou uma dispersão na base do governador Rui Costa (PT), que não estava presente, durante a festa popular. Agora, com um novo teste pela frente - a Festa de Iemanjá, neste domingo (2) -, a temperatura deve ficar ainda mais baixa: pré-candidatos ausentes e sem a presença, mais uma vez, do líder petista no estado.

Segundo a Secretaria de Comunicação, a ida foi vetada pelos médicos na tarde de sábado (1°). Ele já teria se programado para ir à festa popular, mas decidiu atender orientação médica e acompanhar as festividades ao lado dos familiares, no Palácio de Ondina. O governador passou por uma cirurgia de retirada de glândulas mamárias em janeiro. 

O grupo do chefe do Executivo estadual tem em destaque as pré-candidaturas da major Denice Santiago - que estava prevista para ser oficializada durante a festa no domingo e a presença não está confirmada -, Angelo Coronel (PSD) - que anunciou no sábado (1) que não iria por um "esporão" no pé -, Pastor Sargento Isidório (Avante) - também decidiu não ir -, Lídice da Mata (PSB) e Olívia Santana (PCdoB). Dessas, as três primeiras aparecem como as principais, que podem ser as escolhidas oficialmente pelo governador para disputar a prefeitura.

O nome da policial militar, que comanda a Ronda Maria da Penha no estado, não foi bem recebido pelos outros pré-candidatos da base, principalmente os que estavam colocados como nomes do partido: deputado estadual Robinson Almeida, Vilma Reis, secretária estadual Fabya Reis e o ex-ministro Juca Ferreira.

Isidório já confirmou, em entrevista ao BNews nesta semana, que não vai à festa por ser ano eleitoral. "Eu não tenho costume de ir pra Yemanjá. Bonfim até quando não é época política, eu vou. Quando tem qualquer junção de pessoas em qualquer canto eu vou pra ver o pessoal. Quando chega ano eleitoral fica parecendo que tá ali por causa da época", disse.

Segundo o pastor evangélico, que apareceu nas últimas pesquisas como o mais bem posicionado entre os candidatos da base de Rui, o governador o garantiu que seu nome está entre as candidaturas lançadas para disputar a prefeitura.

"Ele já deixou claro que não vai ser só um nome. Se eu for um dos candidatos com apoio dele, estou lisonjeado. Ele me chamou pra ser pré-candidato em 2016. Me disse que uma das candidaturas que não será retirada é a minha", afirmou.

"Discriminação"

Após a notícia veiculada pelo BNews, com exclusividade, do nome da major Denice Santiago como pré-candidata, posteriormente confirmada por Rui e Jaques Wagner, Coronel foi um dos que se demonstrou insatisfeito com a possibilidade.

O senador tem respondido com ironia sobre o cenário das pré-candidaturas com a presença do nome da policial. "Ele foi taxativo ao falar que o povo quer uma candidatura maternal. Olha, bom gestor sei que ele é, mas vidente é uma surpresa”, disse, em entrevista ao BNews.

Coronel chegou a falar em uma "discriminação às candidaturas". "Fica patente a sua discriminação às candidaturas masculinas. Porque não o sentimento paternal?”, questionou.

A falta de estabilidade da base de Rui Costa nas eleição municipal em Salvador é mais evidente se comparada à situação do grupo do prefeito ACM Neto (DEM), que já oficializou uma pré-candidatura, seu vice-prefeito, Bruno Reis, e tem encontrado consenso, ao menos no que é dito publicamente, entre os aliados. A luta agora é pela vice.

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