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PSL Bahia diz que "nunca teve contato" com vereador dono de imóvel que abrigou miliciano morto

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Suspeito foi morto em confronto com a polícia na manhã deste domingo (9), na zona rural de Esplanada  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 10/02/2020, às 16h26   Henrique Brinco


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O PSL Bahia emitiu uma nota, na tarde desta segunda-feira (10), se isentando de ter relações com o vereador Gilsinho de Dedé (PSL), irmão do deputado estadual Alex Lima (PSB), vice-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). O edil abrigou o foragido da Justiça do Rio de Janeiro, Adriano Magalhães da Nóbrega, suspeito de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco, em 2018. O miliciano foi morto em uma operação da Polícia Militar no fim de semana.

"A Executiva Estadual do PSL na Bahia esclarece que o vereador Gilsinho da Dedé, proprietário do imóvel onde o miliciano Adriano de Nóbrega foi encontrado, foi eleito em 2016, momento em que o PSL Bahia era administrado por outro grupo político. O vereador Gilsinho da Dedé, assim como outros vereadores que foram eleitos antes de 2018, está aguardando a janela partidária para migrar para outra sigla. O diretório estadual do PSL Bahia nunca teve contato com o edil", diz a nota assinada pela Executiva Estadual do PSL na Bahia, que é presidido pela deputada federal Dayane Pimentel.

Segundo a versão oficial divulgada pela SSP-BA, Adriano foi morto em confronto com a polícia na manhã deste domingo (9) na zona rural de Esplanada, a 170 Km de Salvador. Segundo o vereador, assim que soube da operação nas dependências de uma chácara da sua propriedade, solicitou à secretaria brevidade nas investigações. “É importante esclarecer o que fazia um criminoso procurado pela justiça na minha propriedade”, declarou. Gilsinho afirma que não conhece, nunca viu e não sabia que o suspeito estava escondido pela região. 

Em nota, Alex Lima, por sua vez, pediu rígidas investigações e afirmou que confia no trabalho da polícia e da Justiça para esclarecer como o foragido da Justiça do Rio de Janeiro. "Em respeito aos meus eleitores e a todos que acreditam no nosso trabalho, venho a público, com a tranquilidade de quem confia nos esclarecimentos dos fatos, solicitar rígidas investigações a fim de sabermos o que um criminoso foragido fazia numa propriedade particular".

A morte de Adriano
A operação envolveu equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe) Litoral Norte e da Superintendência de Inteligência (SI) da SSP-BA. Ele passou a ser monitorado por equipes da SI da SSP da Bahia, após informações de que ele teria buscado esconderijo no estado. Nas primeiras horas da manhã ele foi localizado em um imóvel, na zona rural de Esplanada. 

No momento do cumprimento do mandado de prisão, segundo a SSP-BA, ele resistiu com disparos de arma de fogo e terminou ferido. Segundo a SSP, "o suspeito chegou a ser socorrido para um hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos". Com o foragido foi encontrada uma pistola austríaca calibre 9mm.

"Procuramos sempre apoiar as polícias dos outros estados e, desta vez, priorizamos o caso por ser de relevância nacional. Buscamos efetuar a prisão, mas o procurado preferiu reagir atirando", comentou o secretário da Segurança Pública da Bahia, Maurício Teles Barbosa, em nota.

Histórico
Adriano entrou para a PM no ano de 1996. Quatro anos depois, concluiu o curso de operações especiais do Bope. Na corporação, fez amizade com Fabrício de Queiroz, que trabalhou como assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), quando este foi deputado estadual. Ele chegou a ser homenageado por Flávio com a Medalha Tiradentes, a mais alta honraria da Assembleia Legislativa carioca. A mulher e a mãe de Adriano, Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega e Raimunda Veras Magalhães, trabalharam no gabinete do deputado estadual.

Classificação Indicativa: Livre

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