Política

Após reunião com Onyx, Neto critica uso político do Bolsa Família e defende programa: "Sagrado"

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Prefeito admitiu preocupação com baixo número de concessões à famílias nordestinas, mas ouviu do ministro garantia de priorizar região  |   Bnews - Divulgação Vagner Souza/ BNews

Publicado em 13/03/2020, às 12h40   Luiz Felipe Fernandez e Nilson Marinho



O prefeito ACM Neto criticou nesta sexta-feira (13), o uso político de governadores do Nordeste sobre a redução de concessões de Bolsa Família às famílias da região. Em reunião com ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, o prefeito saiu confiante com a promessa de que o Nordeste seria prioridade para a pasta e chamou o programa de "sagrado" e "suprapartidário".

"O Bolsa Família é um programa sagrado, suprapartidário, que está acima de qualquer governo [...] compartilhei a minha preocupação e o ministro disse 'Neto, acabei de assumir, estou reunindo a minha equipe, vou me debruçar sobre o problema'. E aí ouvi da boca dele,: 'Na minha gestão o Governo vai dar toda a prioridade ao Nordeste", relatou Neto sobre o encontro com Onyx, que é deputado licenciado no Rio Grande do Sul pelo Democratas, partido do prefeito.

Em 2012, então candidato à prefeitura de Salvador, ACM Neto negou que o Bolsa Família fosse um projeto criado pelo PT. Segundo ele, o programa foi criado a partir do Fundo Nacional de Combate e Erradicação da Pobreza, idealizado pelo seu avô, Antônio Carlos Magalhães, que foi governador da Bahia. 

O democrata lembrou que Onyx Lorenozni assumiu o ministério há pouco tempo, mais precisamente no dia 16 de fevereiro, no lugar de Osmar Terra, e que não dá para atribuir a ele o problema com a distribuição de concessões. Neto concordou que há a responsabilidade do Governo Federal, mas defendeu que a situação seja resolvida por meio do "diálogo", ao invés de fazer uma política de "enfrentamento". 

Neto reiterou que não é admissível que governadores do Nordeste tentem politizar a questão, e que ao invés de explorar o problema, é preciso achar soluções.

"Acho que o caminho é de tentar construir uma superação pelo diálogo e nao pelo enfrentamento, nao dá para os governadores do Nordeste quererem fazer política em torno de algo muito importante. Há um problema do Governo Federal nesse tema, não tenha dúvida, os números de Salvador comprovam isso, mas penso eu que o melhor caminho é construir soluções para o problema e não ficar no proveito de debate, da exploração política, pelo menos essa foi a medida que tomei", argumentou.

Nesta quarta-feira (11), o Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Nordeste e da Amazônia Legal, presididos respectivamente por Rui Costa (PT) e Waldez Góes (PDT), protocolaram um documento cobrando explicações para a proporção de concessões do benefício às famílias do Nordeste, que recebeu apenas 3% dos abonos. Em Santa Catarina, estado com população oito vezes menor, recebeu o dobro de repasses do que todos os estados nordestinos.

O prefeito assegurou que desde o ano passado já havia uma preocupação com as famílias de Salvador que aguardam o benefício e aproveitou para citar o programa Primeiro Passo, do próprio município, que segundo ele "complementa" o valor recebido pelo Bolsa Família, e que hoje contemplaria 26 mil pessoas na capital baiana.

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