Regina Duarte e ministro do Turismo travam disputa em torno de cargos

A relação entre a secretária especial da Cultura, Regina Duarte, e o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, parece ter azedado. Segundo integrantes da área de Cultura no governo federal ouvidos pela revista Veja, as rusgas entre os dois tiveram início com os rumores de recriação do Ministério da Cultura.

Desde 2016, a Secretaria Especial da Cultura já passou pelos ministérios da Educação e da Cidadania, em 2019 foi transferida para a pasta de Turismo. Ao empossar a atriz, em março deste ano, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que ela merecia mais do que uma secretaria e que submeteria Duarte a uma espécie de estágio probatório.

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Embora acreditem que a retomada de um ministério exclusivo para o setor cultural seja pouco provável – tendo em vista os anseios do eleitorado mais fiel do presidente –, integrantes do governo escutado pela publicação não descartam a possibilidade do Ministério do Turismo tornar-se o Ministério do Turismo e da Cultura. 

E é justamente aí que está o cerne do incômodo: Quem assumiria a titularidade da pasta - Álvaro Antônio ou a atriz. Nos últimos dias, Antônio nomeou pessoas para cargos estratégicos no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), sem consultar Regina Duarte. 

O Iphan sempre esteve subordinado à Secretaria Especial da Cultura, mas ele teria um projeto político que tem o órgão como peça fundamental - especialmente em Minas Gerais, seu estado de origem. A ideia do ministro do Turismo, segundo apuração da Veja, é comandar tudo o que não diga respeito às artes cênicas e visuais.

Regina Duarte, por outro lado, já tirou aliados do ministro de cargos na Fundação Nacional de Artes (Funarte). Um deles é Leônidas José de Oliveira, demitido da direção executiva da entidade. Leônidas, que já foi secretário municipal em Belo Horizonte, é considerado pelo setor como um respeitado quadro técnico.