Política

Em 15 meses, Moro abriu mais inquéritos de crimes contra Bolsonaro do que nos governos FHC, Lula, Dilma e Temer juntos

Antonio Cruz/Agência Brasil
Ministro da Justiça acusa o presidente da República de atuar para interferir politicamente no trabalho da Polícia Federal  |   Bnews - Divulgação Antonio Cruz/Agência Brasil

Publicado em 25/04/2020, às 08h07   Redação News


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O ministro da Justiça, Sergio Moro, deixou o governo Bolsonaro após 15 meses, com acusações de tentativa de interferência política no trabalho da Polícia Federal e, sendo acusado de condicionar a troca na diretoria da PF por uma indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, apesar da discrição desde o início da crise do novo coronavírus, o ministro foi atuante na defesa ao presidente da República.

Em quase um ano e meio de governo, Moro pediu a abertura de 12 inquéritos de crimes contra honra de Jair Bolsonaro, mais do que foi pedido pelo Ministério da Justiça nos governos de FHC, Lula, Dilma e Temer juntos. De acordo com o The Intercept Brasil, o pedido de abertura de inquérito de um cartaz de um festival de punk rock no Pará foi apenas um dos 12 feitos pelo ministro.

O The Intercept teve acesso ao número de pedidos feitos nos últimos 25 anos e constataram que em nenhum outro governo, desde FHC, chegou perto da quantidade de investigações de crime contra a honra do atual líder do Palácio do Planalto. Outro caso que ganhou repercussão foi a queixa-crime contra Lula, que em seu discurso após deixar a prisão em 2019 afirmou que Bolsonaro governava para milicianos.

Na era FHC, não foi aberta nenhuma investigação semelhante. O número foi crescendo gradativamente: no governo Lula, foram dois inquéritos; 3 no governo Dilma Roussef e 4 na era Michel Temer, que durou somente dois anos. 

Uma das justificativas de Jair Bolsonaro pela saída de Maurício Valeixo do comando da PF e consequente demissão de Sergio Moro, foi a falta de empenho nas investigações contra a tentativa de homicídio sofrida quando era candidato à presidência, por Adélio Bispo. Apesar de ter sido atestado que o acusado tem transtorno delirante persistente, Bolsonaro alegou mais de uma vez em seu discurso nesta sexta-feira (24) que havia um mandante do crime: “Quem mandou matar Jair Bolsonaro?”.

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