Política

Collor avalia que governo Bolsonaro caminha para desfecho via processo de impeachment

Pedro França /Agência Senado
Ex-presidente também disse que Bolsonaro erra ao apostar todas as fichas no apoio popular: "Foi um erro que eu cometi, e que ele está cometendo"  |   Bnews - Divulgação Pedro França /Agência Senado

Publicado em 28/04/2020, às 12h27   Redação BNews


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O senador Fernando Collor de Mello (PROS) avaliou na manhã desta terça-feira (28) que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) caminha para sofrer um processo de impeachment. Primeiro presidente eleito após a redemocratização, ele mesmo também sofreu um processo de impedimento e decidiu renunciar em 1992, antes da conclusão do rito.  

Em entrevista ao comentarista do portal UOL, Josias de Souza, Collor avaliou que o presidente comete o mesmo erro que ele mesmo cometeu ao apostar todas as fichas da governabilidade no apoio popular. "Foi um erro que eu cometi, e que ele está cometendo", analisou. 

Collor recordou que durante seu mandato presidencial tentou construir uma imagem de aproximação com a população como uma forma de se defender de eventuais ações que o congresso da época pudesse tomar contra o seu governo.

"Isso dá uma falsa sensação de paz, mas não estamos em uma democracia direta. Estamos em uma democracia presidencialista, na qual o congresso é importante. É fundamental se aproximar do povo, sem perder de vista a construção de uma maioria parlamentar", explicou.

Collor chegou a realizar uma convocação em cadeia nacional pedindo que o povo fosse às ruas vestindo verde amarelo em apoio ao seu governo. Contudo, a atitude motivou o protesto de milhões de pessoas trajando preto, e catapultando o movimento estudantil dos "Caras Pintadas".

Nas últimas semanas, Bolsonaro tem tentado se reaproximar de lideranças partidárias com o intuito de mitigar o isolamento político. Ainda assim, Collor opinou que a busca por entendimento com o Congresso está acontecendo “com retardo e de sua forma mais tosca e menos nobre - por meio do toma-lá-dá-cá”.

Collor destacou que nas manifestações de cunho antidemocráticas do último dia 15 de abril, Bolsonaro abriu seu discurso aos apoiadores presentes dizendo que não estava disposto a negociar com ninguém. "Ele expressou mais uma vez que continua negando os instrumentos republicanos usados na democracia para agregar ideias", concluiu.

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