Política

Trajetória de Moro no governo não mostra ruptura ideológica: ‘está construindo sua candidatura para 2022’, diz procurador de Justiça

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O discurso de saída adotado pelo ex-ministro foi bastante capitalizado na mídia e politicamente  |   Bnews - Divulgação Reprodução/ Youtube

Publicado em 29/04/2020, às 20h59   Márcia Guimarães


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A saída do ex-ministro Sergio Moro do Governo Bolsonaro foi vista como uma estratégia para seduzir ainda mais seguidores e construir a sua trajetória até a Presidência da República em 2022. Para o procurador do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Rômulo Moreira, Moro “não é bobo” e tem planejado estrategicamente o seu futuro desde que deixou os mais 20 anos de carreira como juiz.

“Moro tem um apoio popular imenso e uma bandeira sedutora, que é a de todos nós: missão de combater a criminalidade e a corrupção. Ele se torna um herói ao simplificar isso. Desde que atuou em alguns processos, e isso digo pelas palavras e posturas desde que era juiz, ele busca a opinião pública a seu favor”, analisou Moreira.  

Ele avalia que o discurso de saída do governo adotado pelo ex-ministro foi bastante capitalizado e é quase um início de candidatura à Presidência quando ele se coloca “à disposição dos interesses do país”. Mesmo assim, o procurador destaca que nunca houve uma ruptura ideológica com a gestão de Bolsonaro: “ele chancelou diversas medidas do presidente e continua pensando as mesmas coisas desde que chegou ao governo”.

Moreira acredita que a saída foi uma posição inteligente de Moro, que soube exatamente a hora de deixar o governo. O fato de ter vazado conversas com o presidente e seus aliados e ter feito acusações principalmente como Bolsonaro será cobrado. “Ele precisa provar o que afirmou para não ser processado por denunciação caluniosa”, alertou o procurador.

Ele frisa que ainda é preciso apurar muitos fatos, a exemplo de um suposto pedido que Moro teria feito ao aceitar o cargo de ministro: uma pensão para a família. Moreira é a favor que o caso seja investigado, pois seria uma vantagem indevida para assumir o cargo público. 

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