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Diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, anuncia que deixará cargo

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Ele deixa a instituição um ano antes do prazo final  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 14/05/2020, às 13h18   Redação BNews


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O chefe da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, anunciou nesta quinta-feira (14) que deixará o seu cargo na organização. Ele completa 7 anos à frente da organização no dia 31 de agosto. "Em agosto, completarei sete anos como diretor-geral da OMC. E decidi que foi deixar o cargo em 31 de agosto, encerrando meu segundo mandato exatamente um ano antes do previsto", disse Azevêdo.

Em comunicado, o diretor afirma que a decisão foi pessoal: "Entre o isolamento e minha recente cirurgia no joelho, tive mais tempo do que o habitual para refletir. E cheguei a essa decisão somente após longas discussões com minha família - minha esposa aqui em Genebra, minhas filhas e minha mãe em Brasília. É uma decisão pessoal - uma decisão familiar - e estou convencido de que esta decisão serve os melhores interesses desta Organização".

Azevêdo, de 62 anos, assumiu o cargo de diretor-geral da OMC em 2013 e está em seu segundo mandato, que deveria ser concluído no final de agosto de 2021.

Embaixador da carreira diplomática brasileira, Azevêdo foi responsável no Itamaraty pela área econômica, que envolvia as negociações comerciais, e também embaixador do Brasil ante a OMC. Sua candidatura ao posto de diretor-geral teve o apoio do governo brasileiro, em 2013, assim como sua reeleição, em 2017. Diante da impossibilidade de retomar as negociações multilaterais da Rodada Doha, o diplomata apostou em acordos parciais e em uma postura pragmática e transparente para a organização.

A OMC, entretanto, se via congelada desde a ruína da Rodada Doha e a crise financeira internacional, na década passada, limitando-se ao papel de instância máxima de julgamentos de controvérsias. Até mesmo essa atribuição foi comprometida quando os Estados Unidos vetaram a designação das duas vagas abertas no Órgão de Apelação. Nos últimos dois anos, Azevêdo evitou entrar em choque com Washington. Ainda assim, sua habilidade diplomática amplamente reconhecida não foi suficiente para demover o governo de Donald Trump.

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