Política

Bolsonaro pede que Celso de Mello retire pedido de apreensão de seu celular; ministro já negou que tenha solicitado

Carolina Antunes/PR
Ao final da fala, Bolsonaro cita a autoria real do pedido, e sugere que o ministro tenta constranger o procurador-geral da República, Augusto Aras  |   Bnews - Divulgação Carolina Antunes/PR

Publicado em 22/05/2020, às 20h32   Pedro Vilas Boas


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Apesar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello já ter esclarecido que não pediu apreensão de seu celular, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), pediu, em coletiva de imprensa na noite desta sexta-feira (22), que o magistrado retire a solicitação.

"Eu não tô acreditando que ele tenha feito esse pedido. Me desculpe, senhor ministro Celso de Mello, retire seu pedido. Meu telefone não será entregue. O que parece que o senhor quer com isso?", indagou Bolsonaro.

Celso de Mello negou, por meio de nota divulgada por seu gabinete, que tenha solicitado apreensão do celular do presidente da República, Jair Bolsonaro. 

No texto, ele também nega que tenha feito o mesmo pedido para os aparelhos do vereador Carlos Bolsonaro, do ex-diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo, de Sergio Moro e da deputada federal Carla Zambelli.

Na verdade, as três notícias crime foram protocoladas pelos deputados federais Rui Falcão (PT-SP), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e pela direção dos partidos PDT, PSB e PV. As três petições pedem investigação das acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro. Em abril, ele relatou supostas tentativas de interferência do presidente na Polícia Federal, assunto do qual trata o inquérito 4831. 

Entre outras providências, os parlamentares pedem especificamente a apreensão do celular de Bolsonaro – assim como o de Moro e de outras autoridades.

Ao final da fala, Bolsonaro cita a autoria real do pedido, e sugere que o ministro tenta constranger o procurador-geral da República, Augusto Aras. "Só o fato de mandar ao PGR, pra constranger", disse.

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