Política

Anitta e Felipe Netto superam popularidade de lideranças políticas nas redes sociais, mas seguem atrás de Bolsonaro

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O youtuber de 32 anos tem sido um dos principais representantes do público jovem e também de oposição a Bolsonaro na internet  |   Bnews - Divulgação Reprodução/YouTube

Publicado em 03/06/2020, às 12h27   Redação


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O youtuber Felipe Neto e a cantora Anitta, cada vez mais, têm se engajado politicamente com as mais diversas causas que, normalmente, se opõem às pretensões do presidente Jair Bolsonaro. A popularidade dos dois nas redes sociais cresce em ritmo acelerado a ponto de deixarem para trás não só o apresentador e possível candidato em 2022, Luciano Huck, como o ex-presidente Lula e o ex-ministro Ciro Gomes.

Levantamento feito pela empresa de pesquisa Quastet demonstrou que o presidente da República ainda é o personagem mais mais popular no Brasil nas plataformas digitais. No ranking composto pela pesquisa, o capitão aparece na 1ª colocação com uma média de 79,6 de popularidade. Em seguida, o influenciador digital Felipe Neto, com 54,1. Na terceira colocação, Anitta surge com 48 pontos. 

Na sequência, Luciano Huck (41,3), na 4ª posição, o petista Lula (41), e o comentarista Caio Copolla (29,6). Provável candidato à presidência 2022 e derrotado em 2018 ainda no primeiro turno, Ciro Gomes (PDT) figura na lista apenas na 9ª posição, empatado tecnicamente com o humorista Danilo Gentili.

O índice do Quastet é composto por seis críterios: presença digital, que é o número de contas ativas nas redes sociais; fama, que a audiência total e capacidade de crescimento; engajamento; mobilização, que é o total de compartilhamentos de conteúdo; valência, que considera a proporção de reações positivas e negativas e, por fim, interesse, que representa o volume de buscas no Google, YouTube e Wikipedia.

O único item em que Bolsonaro é superado é o de capacidade de crescimento nas redes, liderado por Anitta. No quesito engajamento, é seguido de perto por Felipe Neto. As informações são do O Globo.

O youtuber de 32 anos tem sido um dos principais representantes do público jovem e também de oposição a Bolsonaro nas redes sociais. O professor de Redes Sociais e Marketing Digital da ESPM, Willian Rocha, explica que a polarização política evidenciou a necessidade do engajamento de influenciadores na política nacional. Para ele, Felipe Neto enxergou o potencial de "canalizar a carreira" para "dar visibilidade" a determinadas causas.

Rocha avalia que o engajamento promovido por Felipe Neto pode ser encarado como um contraponto ao domínio bolsonarista nas redes. O analista diz que o fato do youtuber não ser um nome vinculado diretamente ao jogo político, dá a percepção de uma opinião mais isenta, sem favorecimentos pessoais. O que não é o caso de Lula e Ciro, fator que limitaria a busca por espaço dos dois na internet. O fenônomo atrapalha também Luciano Huck, que constantemente é ventilado como um possível candidato à presidência. 

"Como o trabalho do Felipe junto ao YouTube e outras plataformas faz com que ele não precise contar com patrocínios e incentivos do governo, como a Lei de Incentivo à Cultura, ele acaba tendo maior independência para opinar sem temer prejuízos financeiros, o que não necessariamente é o caso de outras personalidades. Essa é uma das razões pelas quais o engajamento dele é muito próximo ao do Bolsonaro, junto com a falta de intenções para uma candidatura", ressalta o professor.

Classificação Indicativa: Livre

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