Política

Bolsonaro sabia onde Fabrício Queiroz estava escondido, aponta pesquisa do Datafolha

Marcos Corrêa/PR
A margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou menos   |   Bnews - Divulgação Marcos Corrêa/PR

Publicado em 26/06/2020, às 08h37   Redação BNews


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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sabia onde estava escondido Fabrício Queiroz. É o que aponta uma pesquisa feita pelo Datafolha. Para os entrevistados, 64% acreditam que o presidente tinha conhecimento da situação. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou menos.

Segundo o instituto, três quartos dos entrevistados afirmaram ter tido ciência do caso, 29% deles bem detalhadamente, 35% mais ou menos e 11%, mal. De acordo com informações da Folha de S.Paulo, o grau de familiaridade com a história cresce ainda mais entre os mais ricos (96% entre quem ganha de 5 a 10 salários mínimos e 95% dos que têm renda maior que 10 mínimos) e instruídos (91% de quem fez curso superior).

Apenas 21% acham que o presidente não tinha conhecimento sobre o amigo, investigado no esquema das “rachadinhas” da Assembleia do Rio de Janeiro quando Flávio Bolsonaro era deputado estadual.

Ainda de acordo com a pesquisa, entre os que aprovam o governo, 45% acreditam que Bolsonaro não sabia do esconderijo de Queiroz. Do total de entrevistados, 15% dizem não saber avaliar se o presidente sabia ou não.

Por outro lado, 46% dos 2.016 brasileiros ouvidos pelo Datafolha em 23 e 24 de junho não acreditam que o presidente esteja envolvido no caso das “rachadinhas”. Para 38%, Bolsonaro estava envolvido, 16% não opinaram, e 80% deles acham que ele não está envolvido.

Os jovens são os mais céticos. Entre quem tem de 16 a 24 anos, 52% dos ouvidos acham que o presidente está envolvido no escândalo.

Entenda o caso

Fabrício Queiroz foi preso numa casa de Frederick Wassef, advogado do presidente e do hoje senador Flávio — a quem deixou de defender logo na sequência. 

O Ministério Público suspeita que Queiroz operava um esquema de rachadinha - quando funcionários devolvem parte de seus salários ao gabinete onde está lotado. O filho de Bolsonaro foi deputado estadual de fevereiro de 2003 a janeiro de 2019.

A apuração relacionada ao senador Flávio Bolsonaro começou após relatório do antigo Coaf, hoje ligado ao Banco Central, indicar movimentação financeira atípica de Fabrício Queiroz, seu ex-assessor e amigo do presidente Jair Bolsonaro.

Além do volume movimentado, de R$ 1,2 milhão em um ano, chamou a atenção a forma com que as operações se davam: depósitos e saques em dinheiro vivo em datas próximas do pagamento de servidores da Assembleia.

Queiroz afirmou que recebia parte dos valores dos salários dos colegas de gabinete. Ele diz que usava esse dinheiro para remunerar assessores informais de Flávio, sem conhecimento do então deputado estadual. A sua defesa, contudo, nunca apontou os beneficiários finais dos valores.

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