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Serrinha: CPI dos Precatórios do Fundef é barrada na Câmara

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Vereador Flávio Ferreira (Podemos), que votou a favor da medida, acusa prefeito de descumprir promessa feita a professores  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 28/08/2020, às 16h00   Luiz Felipe Fernandez


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A Câmara dos Vereadores de Serrinha barrou a abertura da CPI dos Precatórios do Fundef, na votação que ocorreu na última quinta-feira (27). Foram 9 votos contrários contra 5 a favor.

Os vereadores Alex da Saúde (PP), Sedex do Ovo (PL), Júnior Bigode (PL), Reginho (PP), Rege do Ferro Velho (PR), Zé Raimundo (PMB), Reis (PSDB), Santiago (PL) e Edylene Ferreira (PSD) votaram contra a instalação da CPI.

Já os vereadores Nininho (PT), Rogério da Cerâmica (PSD), Jorge Gonçalves (PT), Mariana Cunha (PSD) e Flávio Ferreira (Podemos) votaram a favor da investigação.

O objetivo da CPI é investigar o destino dos recursos dos precatórios depositados do Fundef, que somam mais de R$ 100 milhões, liberados ao município em 2016.

De acordo com Flávio Ferreira (Podemos), R$ 103 milhões foram depositados na conta da Prefeitura para o pagamento dos precatórios em 2016. Segundo ele, o valor ficou dois anos "aplicado no banco", sem que o prefeito Adriano Silva Lima (PP) tomasse qualquer providência.

Em 2018, ele colocou para votação o projeto na Câmara que pedia liberação de 40% do valor, resguardando os outros 60% para aguardar decisão judicial que poderia beneficiar os professores no período da gestão.

Passado esse período, contudo, Flávio afirma que Adriano Lima passou a gastar os 60% do fundo com licitações e obras superfaturadas, como reforma de escolas e cursos de capacitação de professores.

Em conversa com o BNews, ele se queixou da celeridade com que a CPI foi colocada em votação pelo presidente da Câmara, o vereador Sargento Jean, já que os vereadores da oposição queriam que fosse apreciada somente na próxima semana.

Marina Cunha (PSD), que também votou a favor da CPI, disse respeitar as decisões dos vereadores da base, mas que a "aplicação dos recursos" deveria ser discutida na Câmara. Segundo ela, "todas as tentativas de fiscalização" foram barradas e que se não há nenhuma irregularidade, não há motivos para não ser instaurada a CPI. "Quem não deve não teme", disse ao BNews.

O presidente da Câmara dos Vereadores de Serrinha, Sargento Jean (Solidariedade) justificou a rapidez com que o projeto foi votado. Segundo ele, só foi entregue um requerimento sem nenhum outro documento anexado, o que dispensava o prazo de uma semana para análise do material.

Sargento Jean declarou que não concorre à reeleição e por isso não teria nenhum interesse político em jogo.

"Eles apresentaram o requerimento sem nenhuma prova material. Eu perguntei: "Só isso aqui?". Seguindo o regimento da Casa, não tinha o que analisar. Quando viram que ia perder a situação, alegaram isso [...] nenhum momento eu cerceei algum direito da oposição, estou neutro, não sou candidato a reeleição. Foi votado e reprovado", justifico.

Classificação Indicativa: Livre

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