Política

Coaf aponta movimentações suspeitas de enteadas de Frederick Wassef

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Ambas estão ligadas a Globalweb Outsourcing Brasil, empresa com diversos contratos firmados com o governo federal  |   Bnews - Divulgação Reprodução/CNN

Publicado em 31/08/2020, às 16h20   Redação BNews


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Duas enteadas de Frederick Wassef Wassef, advogado que representava a família Bolsonaro, também tiveram movimentações bancárias consideradas suspeitas pelo Conselho de Controle de Atividades Econômicas (Coaf).

De acordo com informações do colunista da revista Época, Guilherme Amado, um relatório do órgão apontou movimentações atípicas nas contas das empresárias Bruna Boner Leo Silva e Karina Boner Leo Silva — ambas filhas de Maria Cristina Boner Leo, ex-mulher de Wassef.

Uma delas – Bruna - e uma empresa de ambas teriam realizado repasses milionários para o advogado. Bruna e Karina são dirigentes de empresas do grupo empresarial TBA. 

A primeira é sócia administradora enquanto a segunda é ex-administradora da Globalweb Outsourcing Brasil, empresa com diversos contratos com o poder público, principalmente com o governo federal.

Bruna foi alvo de quatro comunicações de operações suspeitas do Coaf, entre 1º de novembro de 2007 e 29 de maio de 2020, por meio de TEDs, DOCs  e operações de câmbio.

Uma das comunicações foi ao tentar receber US$ 300 mil (o equivalente a R$ 987 mil) pela venda de participação societária no Brasil da empresa Peach Tree Empreendimentos Imobiliários, para uma empresa localizada no Panamá, entre 8 e 16 de março de 2018.

A transação acabou recusada por suspeita de o dinheiro envolver lavagem de dinheiro — Maria Cristina Bonner foi acusada de corrupção ativa e lavagem de dinheiro pelo "Mensalão do DEM", esquema no Distrito Federal que envolvia propina a deputados em troca de apoio política. Maria Cristina acabou proibida de fechar contrato com o poder público até 2022.

A segunda comunicação foi em 27 de novembro de 2017, quando uma conta de Bruna recebeu R$ 300 mil em seis transferências da mesma titularidade. Segundo o Coaf, R$ 245 mil foram sacados posteriormente por ela de forma fracionada, em cinco saques de R$ 49 mil.

As outras comunicações foram por incompatibilidade entre a renda mensal declarada por Bruna, R$ 38,4 mil, e os valores movimentados. Entre os remetentes de dinheiro para ela está F Wassef, que lhe passou R$ 7,1 milhões entre 2018 e 2020.

De acordo com Coaf, os débitos na conta de Bruna foram de R$ 112,3 milhões, sendo R$ 3,9 milhões para Fred Wassef e R$ 24,2 milhões para a mãe, Maria Cristina.

Bruna também foi objeto de três comunicações por operações em dinheiro vivo: dois provisionamentos de saque, um de R$ 200 mil e um de R$ 250 mil, ambos em novembro de 2017, além de um saque de R$ 200 mil feito no mesmo mês.

Já Karina também foi alvo de quatro comunicações por operações suspeitas. Uma por tentar receber US$ 300 mil pela venda de participação da empresa Peach Tree, e as outras por movimentações bancárias de R$ 13 milhões entre dezembro de 2017 e maio de 2018 e R$ 5,2 milhões de dezembro de 2018 a junho de 2019.

Nesses dois períodos, Karina recebeu em créditos em sua conta R$ 9,5 milhões, sendo R$ 3,5 milhões vindos de sua mãe. Já os débitos foram de R$ 9,4 milhões.

Além das quatro comunicações al Coaf por transações atípicas, Karina também foi alvo de seis comunicações do Coaf por operações feitas em dinheiro vivo, por pedidos de provisionamento de saques no total de R$ 750 mil.

A Peach Tree, empresa em que Bruna e Karina são sócias, também recebeu R$ 1 milhão de Wassef.

O advogado também repassou R$ 3 milhões para Globalsourcing, empresa em que Bruna é sócia e administradora e Karina é ex-administradora. A coluna tentou contato com Bruna, Karina e Frederick Wassef, mas não teve êxito.

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