Política

Governo Bolsonaro volta atrás e nomeia PM baiano para cargo na Cultura

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Nova nomeação a acontece após vereador de Salvador acusar Rui Costa de perseguição contra policial   |   Bnews - Divulgação Reprodução/Twitter

Publicado em 30/09/2020, às 08h02   Nilson Marinho


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Depois de deixar o cargo de Secretário Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura, da Secretaria de Cultura, um mês após sua nomeação, no dia 7 de agosto, o capitão da Polícia Militar da Bahia, André Porciuncula Esteves, vai voltar a ocupar a mesma função no governo Bolsonaro, segundo decisão publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (30).

O capitão ficou no cargo até que sua nomeação foi tornada sem efeito por uma portaria assinada pelo ministro chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto. Enquanto esteve em suas funções, todos os atos administrativos publicados pela pasta foram assinados pelo secretário substituto Homero Gustavo Reginaldo Lima.

Acusações

A sua saída deu espaço para acusações, sobretudo do vereador de Salvador Alexandre Aleluia (DEM), que, em suas redes sociais, atribuiu o recuo da nomeação como consequência de uma perseguição do governo do Estado ao capitão. Foi o edil, inclusive, quem fez indicação do amigo para o cargo. 

“O petista, Rui Costa, acha que prejudicar a carreira de um militar, com mais de 15 anos de serviço é motivo de piadinhas e gracejos. Isso só demonstra o caráter medíocre do sujeito que comanda o estado da Bahia e como ele trata com desprezo a vida dos policiais que dedicam a servir”, publicou Aleluia em seu perfil no Twitter.

O governador, por sua vez, rebateu as acusações de que tentou inviabilizar o processo. Ao Bnews, Rui chegou a afirmar que não entraria em polêmicas, mas disparou contra Aleluia, a quem definiu como "filhinho de papai rico" e "candidato desesperado com pouco voto".

“São candidatos que vão dizendo o que quer desesperados atrás de votos. Não vou ajudar esses candidatos entrando em polêmica. Eles têm medo de perder eleição porque têm pouco voto. Se me ofender vai receber processo nas costas. Tenho palavra e vergonha na cara. Isso ninguém tira de mim. Filho de gente rica, de papaizinho, que quer se perpetuar na vida política. Nunca teve a capacidade de administrar nada, nem uma empresa e vem atrás de mim com polêmicas pra ganhar voto. Não vou entrar nessa", sentenciou o governador.

A declaração fez o vereador subir nas tamancas. Durante uma sessão da Câmera de Vereadores, Aleluia utilizou a tribuna para reafirmar a perseguição. "Além do governador não se preocupar com a cultura da Bahia, ser perseguidor e tirano, ele também é covarde. Covarde! Porque ele foi vereador da Casa e não sabe o que é imunidade parlamentar"

Capitão

André Porciuncula nasceu em Salvador, em 1985, e ingressou na coorporação em 2005. Quatro anos depois, chegou ao cargo de tenente. Em 2014, tornou-se capitão e começou a trabalhar no Batalhão de Polícia Rodoviária, onde atuou no combate e prevenção de crimes nas vias baianas.

Ele foi nomeado em abril deste ano pelo governador Rui Costa (PT) para o cargo de Comandante de Companhia, símbolo DAI-4, do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças, da estrutura da Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA).

Nas redes sociais, o PM demonstra ser um apoiador das ideias que são caras ao governo Bolsonaro. Em uma das suas publicações no Twitter, Porciuncula defende a manuntenção dos valores da família ante ao que considera ser “um ataque de um punhado de bárbaros modernos”.

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