Política

Após ser condenado por Fake News, secretário Josias Gomes promete recorrer e revela ações contra ex-procurador da Lava Jato

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Secretário de Desenvolvimento Rural da Bahia, Josias Gomes (PT) entrou com representações no Conselho Nacional do MP e na PGR contra o procurador Diogo Castor de Mattos, ex-Lava Jato  |   Bnews - Divulgação Arquivo / Bocão News

Publicado em 01/10/2020, às 15h06   Raul Aguilar


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Após ser condenado a pagar R$ 20 mil a título de indenização por danos morais ao procurador Diogo Castor de Mattos, ex-integrante da força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná, pela divulgação de uma notícia considerada fraudulenta pelo 14º Juizado Especial Cível de Curitiba, o deputado federal licenciado e atual secretário de Desenvolvimento Rural da Bahia, Josias Gomes (PT), prometeu recorrer da decisão. 

A sentença também obriga o petista a se retratar publicamente e a retirar do ar o conteúdo considerado fake news pela justiça, sob pena de multa diária de R$ 200.

“Não é uma ação viciada de primeiro grau, passível de recurso, que vai calar a voz da democracia e deste parlamentar”, desabafou o secretário do Estado ao BNews. 

A postagem alvo do processo judicial foi publicada em junho de 2019 e acusava o então procurador da Lava Jato no Paraná de favorecer o escritório de advocacia de seus irmãos em acordos de colaboração premiada firmados no âmbito da Operação Lava Jato.

Josias admite que “em um passado recente, repercuti uma série de notícias que levantava suspeitas acerca de  membros da operação Lava Jato”, mas destaca que fez “tudo isso dentro do estrito cumprimento de minha liberdade de expressão, utilizando, para tanto, fontes dos mais variados veículos de comunicação”.

Ele critica o fato de que “em irresignado, um determinado procurador da República buscou a via judicial no Estado do Paraná”. O secretário de Desenvolvimento Rural revela que, ao saber do processo judicial contra ele, “também busquei os veículos processuais que considero corretos”.

Representações contra o ex-Lava Jato

Ainda como deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores da Bahia, Josias Gomes apresentou uma representação contra o membro da força-tarefa da Lava Jato ao Conselho Nacional do Ministério Público, que segundo sinaliza, “está na fase de conclusão do julgamento”. Além do conselho do nacional do MP, ele também entrou com uma representação criminal no âmbito da Procuradoria Geral da República (PGR), a qual, segundo informa, “aguarda a respectiva solução”.

“Tenho consciência que essas instâncias têm a possibilidade de fazer uma investigação, utilizando a ampla defesa e do contraditório para, no fórum próprio, buscar investigar palmo a palmo, centímetro a centímetro, as irregularidades cometidas pela Operação Lava Jato. Tenho certeza que a justiça prevalecerá diante do tribunal medieval que se tornou a Operação Lava Jato”, criticou Gomes, em resposta enviada ao BNews. 

O deputado federal licenciado do PT lembra que “novas notícias que circulam” trazem à tona “uma série de informações acerca de um procurado citado”.Dentre elas, ele cita “o custeio de outdoor com recursos próprios, que é vedado pela sua lei orgânica”, além de “uma série de outras irregularidades que surgiu no âmbito da Operação Lava Jato, a exemplo das reportagens do Intercept-BR”, que “denunciou o conluio com fins politiqueiros desta operação que corroeu as bases do estado democrático de direito”.

Ação Partidária

Um dos fundadores do Partido do Trabalhadores (PT) na Bahia, o atual secretário de Desenvolvimento Rural insere o processo contra ele em um contexto mais amplo da operação Lava Jato, que resultou na prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2018, por suspeita suspeita de envolvimento no esquema de corrupção.  

“Forças opressoras sempre farão ferrenha oposição às nossas ações políticas. Esta luta não é apenas de Josias Gomes, Lula ou do PT. Travamos o embate da civilização contra a barbárie, que somente encontra paralelo nas páginas mais sórdidas da história. Seguimos de cabeça erguida e orgulhosos de estar na linha de frente em defesa dos oprimidos”,  ressaltou Josias Gomes ao BNews.

Classificação Indicativa: Livre

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