Política

Após abraço em Camaçari, Dilma acerta saída de Negromonte

Imagem Após abraço em Camaçari, Dilma acerta saída de Negromonte
Momentos após evento na Bahia, presidente e o governador selaram novela do ministro baiano  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 01/02/2012, às 08h02   Alessandro Isabel




Parece que o abraço caloroso da presidente Dilma Rousseff ao ministro das Cidades, Mário Negromonte, realmente foi de despedida. A cena foi protagonizada na manhã de segunda-feira (30), na cidade de Camaçari, Região Metropolitana de Salvador (RMS), durante a assinatura da ordem de serviço da obras de revitalização urbanística da bacia do Rio Camaçari. O investimento está orçado em R$ 274 milhões que faz parte do PAC 2.
Após o evento, segundo publicação do Estadão, a presidente selou a saída de Negromonte com a direção do PP e com o governador Jaques Wagner (PT). Nas informações de bastidores, Negromonte deverá sair ainda nesta semana, logo depois da volta da presidente ao Brasil, na quarta-feira (1º). Dilma viajou para Cuba ontem e tem agenda a cumprir hoje no Haiti. Jaques Wagner é o único governador a acompanhar a comitiva do governo brasileiro.

Segundo a Época, Negromonte  se reuniu nesta terça-feira (31) com o presidente do PP, senador Francisco Dornelles (RJ), para combinar sua demissão. Ele pretende entregar o cargo à bancada de deputados do PP na Câmara, à qual pertence, e que o elegeu ministro. A benção de Dornelles para a operação é fundamental para que o sucessor de Negromonte tenha sucesso. Seu provável substituto é o líder do PP na Câmara, Aguinaldo Ribeiro.


Desde o final do ano passado o ministro vem sendo alvo de críticas, que se acentuou com a exoneração na semana passada do seu chefe de gabinete, Cássio Ramos Peixoto. Ele era um dos homens de confiança do ministro, que também é alvo de denúncias de irregularidades. Ontem, mais um assessor de confiança do ministro foi exonarado. João Ubaldo Coelho Dantas,  foi demitido cinco dias após Peixoto.
O estopim para as saídas e exonerações, seriam as denúncias reveladas pela Folha de S. Paulo. Segundo a reportagem, seu chefe de gabinete participou de negociações com um empresário e um lobista interessados num projeto milionário do ministério. No dia 9 de agosto, ele recebeu em seu gabinete o dono da Poliedro Informática, Luiz Carlos Garcia, e o lobista Mauro César dos Santos para discutir uma proposta de informatização da pasta. Ainda segundo as denúncias, Negromonte teria participado de pelo menos um desses encontros, acusação desmentida pelo ministro.

Notícias de bastidores da "novela Negromonte" afirmam que o ministro já preparado seu discurso de despedida. Como já disse aos companheiros mais próximos, a iminente queda não tem relação com a falta de capacidade gerencial na pasta ou com revelações feitas pela imprensa. O responsável pela queda nas Cidades, avalia Negromonte, é o seu próprio partido.

Mais precisamente a parcela da bancada da Câmara comandada por Aguinaldo Ribeiro, o líder da bancada que fez de tudo para derrubá-lo das Cidades para (quem sabe) assumir o seu lugar. Diz um conselheiro de Negromonte: “Com as dificuldades de comandar esse ministério sem dinheiro, sem o apoio da bancada fica praticamente impossível continuar”, disse a Veja.

Matéria originalmente publicada às 17h do dia 31

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