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Presidente do TSE rebate Bolsonaro sobre fraudes nas eleições: "lido com fatos"

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Barroso também descartou a possibilidade da volta do voto impresso  |   Bnews - Divulgação Roberto Jayme/ASCOM/TSE

Publicado em 30/11/2020, às 09h15   Redação BNews


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O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, reforçou neste domingo (29), durante uma coletiva de imprensa, a segurança no processo eleitoral brasileiro realizado desde 1996 com ajuda da urna eletrônica.

A declaração foi dada em meio às críticas e dúvidas em relação a apuração das últimas eleições, mesmo sem que nenhuma prova fosse apresentada colocando em cheque os resultados. 

“Vou explicar mais uma vez para as pessoas que não tenham entendido. Às que não querem entender, eu digo que não há remédio na farmacologia jurídica para o problema. As urnas não ficam em rede e, portanto não podem ser fraudadas”, disse.

Após votar, em uma escola municipal na zona oeste do Rio de Janeiro, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a questionar a segurança do voto eletrônico e defendeu a volta do impresso. 

"Eu espero do sistema eleitoral brasileiro que em 2022 tenhamos um sistema seguro, que possa dar garantias ao eleitor que, em quem ele votou, o voto foi efetivamente para aquela pessoa. O voto impresso é uma necessidade, as reclamações são demais. Eu estou vendo trabalho de hacker aqui e em qualquer lugar. A apuração tem que ser pública. Quem não quer entender isso, eu não sei o que pensa da democracia, afirmou o presidente.

Barroso comentou as insinuações feitas por Bolsonaro. “Se o presidente da República tiver alguma comprovação de fraude, de 1996 até hoje, eu imediatamente irei apurar. Mas eu sou juiz. Eu lido com fatos e provas, e, portanto, não posso me impressionar com a retórica política, que faz parte de um jogo que não me cabe jogar”, disse.

O presidente informou que iniciou conversas com lideranças do Congresso para avaliar a volta do voto impresso. Possibilidade descartada por Barroso.

“Eu penso que o voto impresso traria grande tumulto para o processo eleitoral brasileiro, porque todo candidato derrotado ia pedir recontagem; ia haver impugnações; alegações de nulidade; judicialização do processo eleitoral. O Supremo Tribunal Federal já votou pela inconstitucionalidade”, completou o ministro.

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