Política

Centrão sozinho não dá "tranquilidade" a Bolsonaro, alerta presidente do DEM

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ACM Neto, contudo, negou que aceite "cargos" em troca de apoio ao Governo Federal, mas diz que partido segue disposto a aprovar reformas  |   Bnews - Divulgação Arquivo BNews

Publicado em 08/12/2020, às 17h07   Redação BNews


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Presidente nacional do DEM, o prefeito de Salvador ACM Neto alertou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre os próximos dois anos de mantado no Palácio do Planalto. Com bom trânsito em Brasília, o ex-deputado diz que o Centrão, que nos últimos meses se tornou o grupo de maior apoio ao governo federal, não tem contingente suficiente no Congresso para aprovar medidas que serão importantes em um cenário pós-pandemia.

Em entrevista ao UOL, ACM Neto afirmou que Bolsonaro precisa não só adotar um perfil menos radical, como melhorar a sua articulação política, caso queria ter uma gestão com maior "tranquilidade".

"O Centrão não tem votos suficientes, o governo vai precisar ter para aprovar medidas importantíssimas para o país. O Centrão sozinho não tem votos suficientes para segurar maioria no governo. A partir de agora, as coisas vão começar a se desenhar. O cenário está muito nebuloso, o jogo está zerado. Não dá para fazer prognóstico nas duas coisas. Uma coisa é fato, o Centrão sozinho não dá tranquilidade que ele vai precisar ter no parlamento para fazer a agenda do Brasil avançar", avaliou.

Questionado sobre a possibilidade de aceitar cargos em troca de apoio ao governo Bolsonaro, o líder nacional do DEM é enfático e garante que não admite negociatas. Segundo o demista, as indicações de Onyx Lorenzoni (Cidadania), Mandetta (Saúde) e Tereza Cristina (Agricultura) não foram propriamente do partido, mas uma decisão do próprio presidente da República. 

ACM Neto faz questão de marcar a sua diferença em relação a Bolsonaro, acentuada no comportamento do presidente frente à pandemia do novo coronavírus. Ainda que Bolsonaro mude o seu "estilo", diz Neto, o DEM não irá ceder ao toma-lá-da-cá, apesar de lembrar que a sigla votou praticamente com o Governo Federal em todas as propostas que fazem parte da agenda econômica palaciana.

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