Rejeição será um dos fatores considerados por Rodrigo Maia para escolha de candidato

A escolha do nome que representará a sucessão de Rodrigo Maia (DEM) deverá ser o de menor rejeição, já que ambos os nomes são de candidatos que fazem parte do Centrão e possuem cargos, quando não ministérios, no governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o que já afasta na partida muitos deputados que defendem um candidato sem ligação com o Palácio do Planalto. 

O deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), considerado dissidente do Partido Progressista (PP), e que poderá enfrentar o seu colega de legenda, Arthur Lira (PP-AL), caso escolhido por Maia para representar o bloco Câmara Independente, deve ter o apoio do bloco de oposição, criado por partidos de centro-esquerda na última sexta-feira (18). Ribeiro é considerado o nome que, segundo articuladores ouvidos pelo BNews, representa experiência e capacidade de articulação, por conhecer os “atalhos da Câmara” e ser um nome conhecido por “cumprir acordo”. 

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Apesar de ser membro do partido que comanda o Centrão na Casa e principal responsável pela defesa dos projetos de Bolsonaro, ele é visto como um nome capaz de assegurar independência frente ao avanço do governo federal para aprovação de suas pautas. Há aqueles parlamentares que mantém o olhar desconfiado, acreditando que por ser membro do PP, Ribeiro poderá sofrer pressão para abrir passagem para os projetos de Bolsonaro Câmara.       

O candidato do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), o deputado federal e presidente da legenda, Baleia Rossi (MDB-SP), poderá ser escolhido como parte de um acordo envolvendo o Senado Federal, que está sendo costurado nos bastidores pelo prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), na tentativa de emplacar o nome do líder da sigla na Casa, o senador Rodrigo Pacheco (DEM-RJ). 

Baleia é considerado um nome de bom trânsito e com certa independência do Palácio do Planalto, que busca o consenso no debate dos projetos e evita tecer críticas ácidas,  todavia, por ser jovem na Casa - em segundo mandato -, e por presidir o partido responsável por articular o impeachment da ex-presidente Dilma Roussef (PT), em 2016, enfrenta resistência de membros mais ideológicos de partidos da esquerda e parlamentares antigos, que colocam em xeque sua capacidade de líder e citam, entre outras coisas, o fato de que, no Senado Federal, o líder de Bolsonaro é membro de seu partido.

Ainda a ser divulgada, a escolha de Rodrigo Maia (DEM) levará em conta, além da capacidade política e de articulação do parlamentar, o nível de rejeição dentro do bloco que o candidato será capaz de causar.