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Prates defende que vacina não seja obrigatória, mas critica quem não toma "CoronaVac" para usar "cloroquina"

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O gestor da Saúde em Salvador defende que o processo de imunização não seja compulsório  |   Bnews - Divulgação Dinaldo Silva / BNews

Publicado em 22/01/2021, às 10h15   Diego Vieira e Raul Aguilar


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Diante dos constantes relatos de pessoas que deixaram de se vacinar contra o novo coronavírus, mesmo estando dentro do público alvo para esse primeiro momento da vacinação no país, o secretário de Saúde de Salvador, Léo Prates, prometeu fazer um levantamento para saber qual é o índice na capital.

O gestor da Saúde em Salvador defende que o processo de imunização não seja compulsório, “que o cidadão seja livre para escolher se quer se vacinar ou não”, mas pondera que está existindo no país um pensamento anticientífico, que faz com que pessoas optem por tomar remédio sem comprovação científica ao invés de vacina com eficácia comprovada por especialistas.

“A vacina é segura; agora você veja, tem pessoas que prefere utilizar cloroquina a CoronaVac, é incoerente esse tipo de posição na minha visão. A cloroquina não tem nenhuma comprovação científica e os dados da CoronaVac estão aí, a comprovação científica. O que eu defendo em primeiro lugar é a ciência e a Vida”, destacou Prates.

O secretário de Saúde se diz frustrado com o número de vacinados dia pela SMS, apesar de reforçar que os dados, se comparado com outros municípios, são satisfatórios.  

“Eu tenho dois parâmetros: o primeiro parâmetro é o meu, e sob o meu parâmetro eu não tô satisfeito. Hoje eu tive reunião já muito cedo com a equipe de vacinação para tratar disso. Sob o parâmetro de comparação com outros municípios, nós estamos excepcionalmente bem; agora, nós ainda não conseguimos cumprir em nenhum dia a meta de vacinação que é de 5 mil pessoas em um único dia”, pontuou o gestor da Saúde de Salvador.

O gestor explicou alguns fatores que estão atrapalhando o alcance da meta de vacinação, entre eles está o número de servidores e o sistema de de trabalho, através dos plantões, o número reduzido de doses e a recente atenção que o município está tendo que dar para impedir que pessoas não previstas sejam vacinadas.

“Tivemos que implementar um controle ainda mais rigoroso do que a gente vinha fazendo para poder coibir o que está sendo chamado de “Fura Fila”. Então, a gente teve que parar e desenvolver sistemas de Ouvidoria. Ontem mesmo eu falei com as promotoras Rita Tourinho e Patrícia Keith, traçando um fluxo de denúncias que chegaram ao Ministério Público também; tudo será apurado e eu garanto a vocês que em Salvador a gente não vai deixar pedra sobre pedra”, reforçou o secretário de Saúde de Salvador.

Além de destacar o empenho na identificação e punição dos desvios, o secretário garantiu que em Salvador não acontecerá o descontrole que aconteceu em Manaus por causa dos chamados “fura fila” - que são profissionais que, apesar de estarem no grupo prioritário, a exemplo dos profissionais de saúde, não poderiam se vacinar neste momento, por não atuarem diretamente no combate ao novo coronavírus -, o que afetou de tal forma o planejamento que a campanha de vacinação contra Covid-19 teve que ser suspensa na capital do Amazonas.

Léo Prates lamentou o fato do número de doses serem insuficientes e do Brasil ter adquirido apenas vacinas de um laboratório, a CoronaVac, da empresa chinesa Sinovac. Ele disse que o planejamento da SMS foi traçado em um cenário de múltiplas vacinas e que o planejamento previa uma divisão de grupos de risco por laboratório: “Por exemplo, idosos acima de 75 anos, ser com a Oxford. Profissionais de saúde, ser com a CoronaVac, e dentro desses segmentos trabalharem. Como o início das fases está sendo com as doses fracionadas; a verdade é que nós estamos trabalhando com o pior cenário previsto, estamos no pior cenário, são poucas doses e não espalhadas entre os fabricantes, então vamos ter que ter uma atenção redobrada”.  

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