Oposição vai às ruas de Salvador a favor do impeachment de Bolsonaro e pede vacinação para todos

Líderes dos partidos de oposição ao governo Bolsonaro foram às ruas de Salvador na manhã deste sábado (23), em uma carreata contra o presidente, que se repete em diversas cidades do país.

Os manifestantes pedem o impeachment imediato de Bolsonaro o e a imunização em massa da população brasileira contra a Covid-19.

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Presidente do PT em Salvador, Ademário Costa, esteve no ato e conversou com o BNews. Ele atribui ao presidente Jair Bolsonaro a responsabilidade de "fraudar" o processo de compra das vacinas contra a Covid-19 por meio do corte de verbas para o custeio de pesquisas científicas em todo o Brasil.

Para Ademário Costa, a questão de Bolsonaro não foi apenas a demora na compra do imunizante e em adotar medidas contra a proliferação da doença.

Segundo ele, há um grau de "intencionalidade", a partir do momento que o país, que não produz insumos necessários para a fabricação da vacina, não consegue manter uma relação diplomática com países-chave para viabilizar a imunização em massa, como Rússia, Índia e China.

"Não só pela morosidade, mas intencionalidade, o presidente utilizou do cargo para fraudar todo processo de aquisição de vacinas no Brasil, desde o corte do financiamento para a pesquisa científica no país, que fez com que o Brasil fosse incapaz de produzir insumos, e segundo pela falta de vontade política de estabelecer contato com empresas internacionais [...] e uma política externa totalmente ideologizada que não corresponde aos interesses do Brasil", lamentou.

O vereador de Salvador pelo PCDoB, Augusto Vasconcelos, disse que é uma “carreata em favor da vida”. “Comporta a participação de todos e todas que queiram a defesa do SUS, da Saúde. Todas as religiões, pessoas que são de partidos, pessoas que não são de partidos, e juntos pelo ‘fora Bolsonaro’”, explicou.

Já para a vereadora Marta Rodrigues (PT), o movimento é “bom termômetro” para a oposição ao presidente no país. “Aqui tem os partidos políticos, centrais sindicais, movimentos sociais, movimentos negros, movimentos de mulheres. Termômetro bom. Nosso grito é fora governo genocida. Vacina para todas as pessoas”, afirmou.

Na avaliação da deputada federal Alice Portugal (PCdoB), o “trabalho do governo federal é o pior possível” e pede impeachment de Bolsonaro.

“Não houve um preparo, não houve uma efetiva organização preliminar chamada estruturação de logística. O Brasil ficou absolutamente atrasado. Há elementos para o impeachment de Bolsonaro como crime de responsabilidade praticado pela perda de 215 mil vidas”, pontuou.

Colega de Alice na Câmara dos Deputados, o ex-secretário de Saúde do Estado, Jorge Solla (PT), afirmou que o “governo Bolsonaro não tem capacidade de fazer a gestão no país. “Estamos vivendo uma tragédia no nosso país. Maior crise sanitária dos últimos 100 anos, com o governo completamente avesso à defesa da vida e dos interesses da população brasileira”, opinou.

Presentes também na carreata, o vereador veterano e o estreante na CMS, Luiz Carlos Suíca e Thiago Ferreira, também falaram sobre a importância de ir às ruas para conclamar o impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro.

Suíca destacou a união dos mais diversos partidos em torno da mesma pauta, que é a defesa às vidas diante da pandemia do novo coronavírus. "Você não pode ter um presidente que envergonha o nosso país", disse o edil ao BNews.

O petistas ressaltou ainda que é preciso fiscalizar a aplicação das vacinas para que, aqueles que corroboraram com a tese negacionista de Bolsonaro, não sejam os primeiros a serem imunizados.

"LUGAR DE MALUCO É NO HOSPÍCIO"

Cara nova na CMS, Thiago Ferreira subiu o tom ao falar de Bolsonaro. Segundo o vereador, o presidente é "incapaz" intelectualmente de exercer a função que ocupa. Mesmo com as mais de 214 mil mortes, segundo o vereador petista, Bolsonaro faz "deboche" das vacinas e "impede a imunização dos brasileiros".

"Se olhar para cara de Bolsonaro você vê uma pessoa com problema mental [...] ele não usa máscara, incentiva as pessoas às aglomerações. Lugar de maluco é no hospício. Se não pode dirigir o país, peça para sair", disparou.