Política

Lupi diz que racha do DEM na eleição da Câmara não tem impacto em 2022: "Continuamos com uma boa relação com Neto"

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Segundo o presidente nacional do PDT, a questão que envolve a disputa na Câmara dos Deputados deve ser tratada dentro do próprio partido  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Instagram

Publicado em 03/02/2021, às 14h14   Luiz Felipe Fernandez



Presidente nacional do PDT, Carlos Lupi afirmou nesta quarta-feira (3), em conversa com o BNews, que o racha de deputados do DEM que apoiaram a candidatura de Arthur Lira (PP-AL) à Câmara não tem impacto no cenário eleitoral de 2022.

A opinião de Lupi é diferente da do presidente do Cidadania, por exemplo, que questionou o apoio do DEM ao candidato que era considerado o favorito do Palácio do Planalto.

O partido era apontado como um possível aliado do PDT para a Frente Ampla contra Jair Bolsonaro no próximo pleito, principalmente diante da relação do ex-ministro e candidato da sigla, Ciro Gomes, com o próprio Rodrigo Maia (DEM) e ACM Neto (DEM).

Segundo Lupi, a questão que envolve a disputa na Câmara dos Deputados deve ser tratada dentro do próprio partido. Enquanto Rodrigo Maia endossava a candidatura de Baleia Rossi (MDB), viu vários deputados pularem o muro e apoiar Arthur Lira, sem que o presidente da legenda, ACM Neto, se envolvesse para amenizar a situação.

A relação do PDT com o DEM, garante Lupi, continua boa, principalmente com o ex-prefeito de Salvador. Na capital baiana, o partido tem o secretário de Saúde, Léo Prates, além da vice-prefeita Ana Paula Matos.

Ele disse acreditar, inclusive, que Maia prossiga no partido mesmo após a rusga com Neto.

"Vamos esperar o dia seguinte, a questão do DEM, acho que eles vão se arrumar. Não acredito nem que Rodrigo Maia saia, eles vão acabar se arrumando, e o projeto em 2022 vai depender muito dos candidatos [...] nós continuamos com uma boa relação com Neto, apoiamos e temos vice em Salvador, ele é um potencial candidato a governador, não acho que uma coisa contamine a outra não", assegurou.

Em conversa por telefone, o pedetista explicou que o Governo Federal "usou todos os instrumentos", como a liberação de emendas milionárias e promessa de cargos, em troca do voto em Lira, e que esta negociação, na verdade, coloca Bolsonaro muito mais como um "prisioneiro do centrão" do que como protagonista na história.

"Acho que a realidade da Câmara não tem essa contaminação do projeto político nacional. Ali, você viu claramente o jogo do Poder Executivo, usando todos os instrumentos, o orçamento, nomeações, para ganhar a parada", disse Lupi.

O prognóstico do ex-deputado acerca do mandato de Lira não é dos melhores. O PDT chegou a entrar com uma ação contra o novo presidente da Câmara, após ele ter invalidado o registro do bloco de Baleia Rossi (MDB) e anulado as votações para composição da Mesa Diretora da Casa.

O partido só retirou a ação depois que Lira voltou atrás com a "canetada". "Já é um sinal de que ele não vai ser essa 'Brastemp' toda", ironizou.

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