Política

Angelo Coronel revela indicação de tropa de choque Bolsonarista do PSL para comissão das Fake News

Geraldo Magela/Agência Senado
Os deputados devem substituir a ex-bolsonarista Joice Hasselmann (PSL-SP) e o deputado federal Nereu Crispim (PSL/RS)  |   Bnews - Divulgação Geraldo Magela/Agência Senado

Publicado em 12/02/2021, às 12h00   Raul Aguilar


FacebookTwitterWhatsApp

O senador e presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga o uso de Fake News, Angelo Coronel (PSD), revelou, em entrevista ao BNews, que a tropa de choque do PSL, formado pelos deputados federais Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Carla Zambeli (PSL-SP) e Bia Kcis (PSL-DF), que já se manifestaram publicamente com opiniões contra existência da comissão, foram indicados pelo Partido Social Liberal (PSL), do qual fazem parte, para integrá-la. 

“O PSL está colocando a tropa de choque deles na CPM. Vai entrar Carla Zambelli, Bia kicis e Eduardo bolsonaro. Na comissão os partidos podem manter os nomes que já estão ou substituir até na véspera da votação do relatório, efetivo mesmo é só o presidente o relator”, pontuou Coronel. 

Os deputados devem substituir a ex-bolsonarista Joice Hasselmann (PSL-SP) e o deputado federal Nereu Crispim (PSL/RS).

O ato considerado de rotina esconde uma estratégia para minar os trabalhos na comissão. Eduardo Bolsonaro chegou a entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF), em 2020, contra à prorrogação dos trabalhos da CPMI das Fake News, que investiga um esquema criminoso de produção de notícias falsas e de disparos em massa que pode atingir pessoas ligadas ao chamado gabinete do ódio, do Planalto do Planalto, do qual o filho do presidente, junto com outros assessores, admitiram à imprensa terem atuado no que chamam de comunicação política do presidente e da direita.  

A comissão segue sem data de retorno, mas o senador do PSD promete que no final do mês irá à Brasília se reunir com o presidente do Congresso Nacional para cobrar um calendário.
“O presidente Rodrigo Pacheco se comprometeu a instalar as comissões permanentes, semi-presencial, a partir do pós-carnaval, no dia 23; mas as temporárias,  que é o caso da CPMI das fake News, ele ainda não estabeleceu uma data. Espero encontrá-lo no final do mês, em Brasília, para definirmos esse calendário e retomarmos os trabalhos”, explicou o presidente da CPMI das Fake News. 

Mudanças

As indicações dos parlamentares ocorrem após o retorno do PSL à base do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), tendo, inclusive, apoiado os candidatos de Bolsonaro nas eleições para presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).  
Questionado se a ascensão de aliados do Palácio do Planalto no comando das casas que formam o Congresso Nacional poderá afetar os trabalhos da CPMI, o senador baiano disse não acreditar já que a comissão é suprapartidária. 

“Eu não acredito muito que ela será minada, já que a CPMI é suprapartidária, então, quem manda é a maioria. Eles só vão ter condições de minar a CPMI se no plenário da comissão tiver mais parlamentares ligados ao governo; aí eles podem tocar, mudar, aprovar ou rejeitar alguns requerimentos de oitiva ou de quebra de sigilo. Então, quem manda na CPMI não é a presidência, quem manda na CPMI é o voto do plenário. Então, vamos aguardar o desenrolar dos fatos a partir do próximo mês para que os trabalhos continuem e que agente livre o povo brasileiro deste mal do século são as fake News”, destacou Angelo Coronel.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp