Política

De olho em 2022, Lula deve atuar para retormar hegemonia no nordeste

Ricardo Stuckert
Bolsonaro avançou de 16,6% para 26,8% e está empatado com o petista entre os nordestinos  |   Bnews - Divulgação Ricardo Stuckert

Publicado em 10/03/2021, às 09h01   Redação BNews


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O ex-presidente Lula voltou ao jogo eleitoral para 2022 depois que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF),  Edson Fachin, decidiu anular todas as condenações impostas a ele em processos derivados da Operação Lava Jato, na última segunda-feira (8), e já é apontado como um dos principais adversários do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na disputa presidencial do próximo ano.

Entretanto, o ex-presidente que deixou a Presidência da República com ótimas taxas de aprovação, vai ter que “remar muito” para recuperar o terreno que perdeu para o adversário, principalmente nos segmentos do eleitorado que mais tradicionalmente empenharam apoio ao ex-presidente: os moradores do Nordeste e os eleitores menos escolarizados, afirma a coluna Maquiavel da revista Veja.

Números de pesquisas realizadas pelo instituto Paraná Pesquisas, em um levantamentos de intenção de voto ao longo de 2020 e início deste ano, o petista perdeu a posição confortável que tinha no Nordeste no período que passou inelegível ou preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba: seu eleitorado na região caiu de 38,4% em maio do ano passado para 27,3% em março deste ano.

No mesmo período, Bolsonaro avançou de 16,6% para 26,8% e está empatado com o petista entre os nordestinos – a margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou para menos (veja quadro abaixo).

A performance do atual presidente na região foi alavancada principalmente pelo auxílio emergencial pago pelo governo durante a pandemia, que beneficiou quase 70 milhões de pessoas entre os mais pobres do país, boa parte no Nordeste.

A perda de terreno de Lula também é bastante perceptível entre os menos escolarizados – aqueles que possuem apenas o ensino fundamental. Em maio de 2020, Lula estava à frente de Bolsonaro nesse segmento do eleitorado (32,8% a 22,9%), posição que se inverteu em dezembro do ano passado e continuou assim em março (agora 30,7% a 22,8% para Bolsonaro). No eleitorado geral, Lula também perdeu espaço. Em abril de 2020, ele estava empatado tecnicamente com Bolsonaro (tinha 23,1% contra 26,3% do presidente), mas em março o placar a favor do atual governante foi para 32,2% a 18%.

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