Política

Doria deve ter concorrência de Leite para viabilizar candidatura à presidência pelo PSDB

Palácio Piratini
Leite e Doria foram alvos de protestos nos últimos dias por causa das políticas de distanciamento social   |   Bnews - Divulgação Palácio Piratini

Publicado em 10/03/2021, às 09h15   Redação BNews


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O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), se tornou um dos principais alvos do bolsonarismo nos últimos dias. O tucano já se coloca há tempos como oponente do presidente Jair Bolsonaro e ostenta a condição de alvo de seus seguidores pelo menos desde o início da pandemia, há mais de um ano, dividindo e ameaçando o protagonismo com João Doria (PSDB), o governador de São Paulo.

Alvo da vez, Leite foi atacado pessoalmente pelo presidente da República na segunda-feira (8). Após acusá-lo de “péssimo administrador” e de ter usado verba federal destinada à saúde para regularizar as contas do estado, Bolsonaro disparou em uma entrevista à TV.

“Onde ele enfiou essa grana? Eu não vou responder, mas eu acho que sei onde ele colocou”, questionou, fazendo uma insinuação obscena com o governador, o presidente da República.

Leite reagiu no dia seguinte, por meio de um vídeo. “É mais uma mentira, agora de quem muito fala e pouco governa”, disse o governador gaúcho, desafiando o presidente a “ter coragem” de dizer “qual foi o dinheiro enviado à saúde que não foi aplicado na saúde?”

O governador do Rio Grande do Sul aproveitou o palanque dado por Bolsonaro para exibir a principal vitrine da sua gestão: “Tivemos a coragem de promover a mais profunda reforma no funcionalismo em 30 anos, fazendo (…) uma reforma administrativa, que cortou vantagens e benefícios, como o presidente da República não teve coragem de fazer no plano federal”.

Disputa

Tanto Leite quanto Doria foram alvos de protestos nos últimos dias  por causa das políticas de distanciamento social adotadas para conter o avanço do novo coronavírus.

Desafiante de última hora de Doria dentro do PSDB, Leite estreou de forma parecida no primeiro levantamento de intenção de votos com o seu nome feito pelo Paraná Pesquisas entre 25 de fevereiro e 1º de março: ele apareceu com 2,3%, empatado dentro da margem de erro (de dois pontos) com Guilherme Boulos (PSOL) e João Amoêdo (Novo), ambos candidatos a presidente já na eleição passada, em 2018.

A estreia de Doria na série de levantamentos feitos pelo Paraná Pesquisas foi em abril de 2020, quando ele cravou 3,8% no mesmo cenário – a diferença percentual em relação a Leite está dentro da margem de erro. Alavancado por sua exposição na viabilização da vacina chinesa CoronaVac no Brasil – hoje o seu principal trunfo político –, Doria chegou a 5,3% em março, mas mesmo assim continua empatado tecnicamente com o gaúcho.

Leite obtém o seu maior percentual entre os eleitores da Região Sul (8,1%), enquanto Doria consegue a sua melhor marca (8,3%) entre os eleitores de 60 anos ou mais de idade, justamente o público que mais apoia a vacinação contra a Covid-19, segundo apurou a revista Veja.

Classificação Indicativa: Livre

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