Política

"O povo não precisa de arma, precisa de emprego", diz Lula ao criticar o governo Bolsonaro

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Ex-presidente disse que Bolsonaro não consegue unir a sociedade para ouvir os principais setores: "Não junta ninguém, só junta os milicianos"  |   Bnews - Divulgação Reprodução/YouTube

Publicado em 10/03/2021, às 12h52   Luiz Felipe Fernandez


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O ex-presidente Lula elevou o tom ao criticar as recentes medidas que flexibilizaram o acesso às armas de fogo no Brasil, propostas pelo governo Bolsonaro. De acordo com o petista, no momento atual de grave crise econômica e sanitária, em razão da Covid-19, o país precisa muito mais de "emprego" e "educação" do que de armas.

Lula destacou que durante o seu governo (2002-2010) convocou dezenas de conferências no país para dialogar com diferentes setores da sociedade, prática antagônica ao de Jair Bolsonaro, que na sua visão só ouve o "loiro da Havan", em referência ao empresário Luciano Hang. "Morreu o loiro da Ana Maria Braga, ficou o da Havan", cutucou.

"Não é possível que um presidente da República não conversa com a força dos trabalho, com os empresários, parece que só conversa com o 'loiro da Havan' [...] eu tinha um conselho com grandes empresários, pastor, padre, índio, bispo, negro, eu queria ouvir a sociedade. No meu mandato fizemos 74 conferências nacionais para ouvir o que a sociedade queria. O Bolsonaro não junta ninguém, só junta os milicianos e bota a cara para dizer 'vai ter mais arma, vai ter mais fuzil'. Logo, logo, vai ter canhão para todo mundo", declarou o ex-presidente durante discurso em São Bernardo dos Campos, na sua primeira aparição pública após ter as suas condenações anuladas pelo STF.

"O povo não está precisando de arma, está precisando de emprego, carteira profissional, salário, livro, educação. O Estado precisa estar presente na periferia desse país, com educação, cultura, saúde e políticas de assistência social", completou.

PREÇO DO COMBUSTÍVEL

No berço do sindicalismo brasileiro, Lula aproveitou o espaço para questionar o aumento do preço do gás de cozinha e combustíveis no país. O ex-presidente afirmou que o Brasil não pode obedecer à lógica do preço internacional, uma vez que há a produção e refinamento do petróleo em solo nacional. 

"Como pode o gás de cozinha estar R$ 100? [...] não é possível permitir que o preço do combustível brasileiro tenha que seguir o preço internacional. Se nós não somos importadores, somos exportadores? Se produzimos a matéria-prima aqui, tiramos do fundo do mar, refinamos aqui, produzimos gasolina de avião, diesel na qualidade que produz a União Europeia", destacou.

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