Política

Feira: Após pedido do MP, Câmara cria comissão para investigar suposta corrupção durante gestão de ex-presidente

Divulgação/Câmara Municipal de Feira de Santana
Denúncia lida durante sessão desta terça (30) afirma que houve um desvio de mais de R$ 100 mil na casa. Cinco vereadores foram designados para apurar   |   Bnews - Divulgação Divulgação/Câmara Municipal de Feira de Santana

Publicado em 30/03/2021, às 15h56   Marcos Maia


FacebookTwitterWhatsApp

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) orientou que a Câmara de Vereadores de Feira de Santana instituísse uma comissão para investigar suposta corrupção cometida na gestão do ex-presidente da Casa, José Carneiro Rocha (MDB).

Desde o último fevereiro deste ano, Rocha ocupa o posto de secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do município. O documento do parquet foi entregue ao atual presidente da Casa, Fernando Torres (PSD), durante sessão realizada na manhã desta terça-feira (30).

"Senhores vereadores, acabei de receber do Ministério Público uma notificação", afirmou quando o encontro alcançava sua primeira hora. Torres anunciou aos colegas que a notícia de fato assinada pelo promotor Luciano Taques Ghignone solicitava que a presidência se pronunciasse em um prazo de 30 dias.

"O que o promotor pede para que o presidente se pronuncie: Uma denúncia motivada pelo senhor Carlos Silva sobre o ex-presidente José Carneiro", continuou, acrescentando que a acusação também se estendia ao ex-ouvidor da câmara, Humberto Cedraz Humberto. 

Em seguida, a vereadora Lú de Ronny (MDB), secretária da Mesa Diretora, realizou a leitura da denúncia. O documento lido pela edil afirma que, na gestão de Rocha teria ocorrido um desvio de mais de R$ 100 mil. Durante a leitura, por mais de uma vez, a vereadora reclamou que a denúncia estava escrita de próprio punho e em grafia ilegível. 

"Entendo que a comissão é importante mas na denúncia não fica claro o fato concreto da corrupção ou do ato em si. Isso leva a gente a um estado de suspeição muito grande", acrescentou Torres. O presidente da Casa também salientou que gostaria de ouvir o parquet a respeito do episódio.

O vereador Silvio Dias (PT) sugeriu a criação de uma comissão de sindicância administrativa, e não necessariamente um colegiado composto por vereadores. Contudo, Torres defendeu que seria mais prudente que os edis formassem a comissão. Já o vereador Fabiano da Van (MDB), que ocupa a vaga deixada por Rocha, pediu para fazer parte da comissão. Contudo, o presidente negou seu pedido. 

Por fim, Dias, Edvaldo Lima (MDB), Paulão do Caldeirão (PSC), Pedro Cícero (Cidadania) e Galeguinho  (PSB) foram designados para formar a comissão. Paulão salientou que a comissão poderá montar um termo de investigação, e convidar o procurador e os advogados da câmara para participar dos trabalhos do colegiado. Torres pediu que o grupo se reúna o quanto antes para definir o presidente e relator do grupo. 

Antes de serem definidos os responsáveis pelo colegiado, o vereador Jhonatas Monteiro (Psol) sugeriu que fosse criada, de ofício, uma comissão com três vereadores e um prazo menor de trabalho. Assim, o grupo ficaria responsável por, a partir da denúncia, buscar mais informações junto ao MP-BA, e redigir uma espécie de parecer - ou pequeno relato - que seria apresentado ao plenário.

"Provavelmente essa denúncia foi acompanhada de alguma comprovação documental que evidentemente o Ministério Público não iria adiantar. Eles só apresentaram a provocação, mas é importante que esta comissão tenha ciência - até para apresentar aqui na casa", explicou. A proposta foi submetida ao plenário, mas os vereadores decidiram manter a composição com  cinco membros.

Notícia Relacionada 

Ex-presidente da Câmara de Feira diz que denúncia de corrupção é absurda e "falta de respeito"

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp