Política

Marcelo Freixo diz não ver chance de golpe: "Mais fácil Bolsonaro terminar preso do que como ditador"

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Deputado alerta, contudo, para o risco do presidente fragilizar cada vez mais as instituições por meio de projetos autoritários  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Zoom

Publicado em 31/03/2021, às 13h14   Luiz Felipe Fernandez


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Em coletiva de imprensa para apresentar novo pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro, motivado pelas recentes trocas no comando das Forças Armadas, o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) afirmou nesta quarta-feira (31) que não vê a mínima chance de um golpe de estado no Brasil.

No dia que marca 57 anos do golpe militar no país, os líderes da Oposição e Minoria da Câmara dos Deputados, do Senado e Congresso Nacional, protocolaram o pedido ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

"Sobre o golpe, quero dizer que acho mais fácil Bolsonaro terminar preso do que como ditador. Vejo mais condições dele pagar pelos crimes que cometeu e ser preso, do que com um poder autoritário. Alguns desejos passam e outros tem consequências, no caso dele pode ter a consequência do cerceamento da liberdade, até porque é um desejo criminoso", declarou o psolista, líder da minoria na Câmara.

Apesar de desacreditar da capacidade de Bolsonaro para proclamar um golpe de estado, com o apoio das Forças Armadas, Freixo alerta para o risco do presidente fragilizar cada vez mais as instituições por meio de projetos autoritários.

"Existe uma construção permanente de clima de golpe, é a forma de governar de Bolsonaro. Não é por acaso que ele tenta inviabilizar os governadores [...] tira dos governadores qualquer controle sobre a polícia, tudo isso somando ao desmonte do estatuto do armamento, o projeto de Mobilização Nacional, projetos e iniciativas que tem o ar golpista, antidemocrático, ditatorial", acrescenta.

Autor do pedido e líder da Oposição no Senado, Randolfe Rodrigues concordou que as circunstâncias não são favoráveis ao presidente.

O senador do REDE-AP disse que "golpe de Estado não é tão fácil quanto montar milícia", em relação às investigações que circundam o clã Bolsonaro, e que para ser concretizado precisa do apoio de diferentes setores da sociedade.

"Golpe de Estado não é tão fácil quanto montar uma milícia, tema este que o presidente tem especialidade, golpe de estado é mais complexo para se concretizar, precisa de apoio popular, o que ele não tem, o apoio de setores do parlamento [...] precisaria do apoio das Forças Armadas e, com este último ato, parece que não tem", analisou Randolfe.

O deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), que lidera a Oposição na Câmara, foi na mesma linha e disse que "não há clima" para um golpe, mas que isto não diminui o "desejo do presidente de fazê-lo".

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