Política

Venda de refinaria da Bahia favoreceu acionistas ligados a gestores, dispara senador

Jefferson Rudy/Agência Brasil
Bnews - Divulgação Jefferson Rudy/Agência Brasil

Publicado em 01/04/2021, às 16h34   Luiz Felipe Fernandez


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Presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobras, o senador Jean Paul Prates (PT-RN), se posicionou favorável à suspensão da venda da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), localizada em São Francisco do Conde.

Na visão do petista, a venda abaixo do preço de mercado e a pressa em todo o processo serviram para favorecer acionistas ligados a gestores da estatal.

"Claramente prevaricou por omissão, agiu por interesse próprio e de acionistas ligados a seus membros, subestimou o ativo e, nos estertores de seus mandatos, já demissionária, tentou impulsionar essa venda subprecificada em pleno auge da pandemia", analisa o parlamentar.

O TCU analisa suspender a venda por suspeita de subprecificação.

De acordo com Jean Paul, que também é lider da Minoria no Senado, não há motivos para apressar a negociação, já que a produção do pré-sal não "depende da venda de refinarias e é garantido pelas próprias reservas" da Petrobras.

O senador também criticou o argumento da pandemia de Covid-19 para justificar a venda da refinaria por um preço que equivale à metade do que a própria Petrobras havia definido.

"Usar a pandemia como pretexto para vender ativos abaixo do preço é de uma desfaçatez inigualável, pois essa própria gestão da Petrobras jamais se defendeu junto ao CADE e nunca sequer tentou conseguir uma dilação de prazo junto ao órgão", declarou.

Os técnicos do TCU têm mais quatro dias para analisar se vão suspender a venda da refinaria por US$ 1,65 bilhão ao Mubadala, um fundo investidor dos Emirados Árabes.

O valor é 46% menor do que os US$ 3,04 bilhões avaliados pela própria Petrobas.

Em carta enviada aos funcionários da refinaria na última segunda-feira (30), o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, explicou os motivos da negociação e disse que a decisão não foi tomada por uma pessoa ou grupo restrito, mas em conjunto.

 "Não houve pressa exagerada, não houve aprovação ao apagar das luzes da atual administração", garante.

Castello Branco foi demitido em fevereiro e deve deixar o cargo oficialmente ainda neste mês.

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