Política

Presidente da CPI ameaça suspender sessão após ministro fugir de pergunta sobre cloroquina

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Ao reestabelecer a ordem, Queiroga voltou a dizer que não poderia fazer "juízo de valor", mas garantiu que não houve "pressão nenhuma" para a adesão ao tratamento  |   Bnews - Divulgação Reprodução/TV Senado

Publicado em 06/05/2021, às 11h35   Victor Pinto* e Luiz Felipe Fernandez


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O senador designado presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), Omar Aziz (PSD-AM), ameaçou suspender a sessão desta quinta-feira (6), após o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, se recusar a responder os questionamentos sobre o uso de cloroquina propagado pelo Governo Federal.

O relator Renan Calheiros (MDB-AL) perguntou ao ministro se ele "compartilhava" da mesma opinião de Bolsonaro sobre o uso do medicamento comprovadamente ineficaz contra o novo coronavírus, mas Queiroga tergiversou.

"É uma questão técnica que tem que ser enfrentada pela Conitec [...] tem que ser enfrentada de forma técnica e não em relação à opinião pessoal", respondeu.

Segundo Queiroga, ainda existem "duas correntes" que divergem quanto ao uso da cloroquina em pacientes com o novo coronavírus.

Por repetidas vezes, Calheiros reiterou o pedido de que o ministro respondesse à pergunta com "objetividade" e fosse claro quanto à sua opinião ser semelhante ao presidente, que nesta quarta-feira (5) voltou a se posicionar favorável ao "tratamento precoce".

"O senhor compartilha ou não da posição presidente. A resposta é sim ou não", disse Renan.

Foi a brecha para interferência dos senadores governistas, como Fernando Bezerra (MDB-PB), questionar a condução da relatoria e presidência da CPI. 

O vice-presidente Randolfe Rodrigues (Rede-AP) reagiu e cobrou respeito ao momento do relator de realizar as perguntas.

O presidente Omar Aziz lembrou que qualquer senador pode reivindicar ou contrapor as perguntas de Renan Calheiros quando for a sua vez e ironizou: "Até minha filha de 12 anos sabe falar sim ou não".

Ao reestabelecer a ordem, Queiroga voltou a dizer que não poderia fazer "juízo de valor", mas garantiu que não houve "pressão nenhuma" para a adesão ao tratamento com cloroquina como política pública para enfrentar a doença.

Ele também negou que tenha autorizado a distribuição de cloroquina em território nacional. "Não tratei com presidente acerca de medicamentos", resumiu.

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