Política
Publicado em 19/05/2021, às 10h07 Luiz Felipe Fernandez
Terceiro ministro da Saúde do governo Bolsonaro desde o início da pandemia de Covid-19, o general Eduardo Pazuello iniciou a sua participação na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com um longo e cansativo discurso em defesa à sua gestão e do governo federal.
O militar da ativa, que chegou de terno e gravata após rumores de que compareceria com a sua vestimenta militar, alegou que o Supremo Tribunal Federal (STF) "limitou" a "atuação" do governo com a decisão em abril de 2020, sobre as competências em relação às medidas de combate à pandemia.
“Decisão do STF em abril de 2020 limitou ainda mais a atuação do governo federal nessas ações. Assim, não há possiblidade de o Ministério da Saúde interferir na execução das ações de estado da Saúde sem usurpar as competências dos estados e municípios. Isso só seria possível em caso de uma intervenção federal da saúde no estado”, relatou.
A decisão citada, contudo, somente reafirmou que as medidas do Governo Federal não impedem e nem tiram a responsabildiade de governadores e prefeitos, tampouco isentaram o governo Bolsonaro das ações para minimizar as consequências da crise sanitária.
Ao longo da sua fala, repetiu teses defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro, como a de que gestores foram negligentes ao permitir a realização do Carnaval de 2020, quando surgiram os primeiros casos na China e na Europa.
Pazuello justificou, também sem mencionar nominalmente a cloroquina ou ivermectina, o tratamento "off-label" - que consiste em usar um medicamento diferente do uso proposto pela bula - é algo feito pelos médicos que "sempre visa o bem".
Segundo Pazuello, a área da saúde nunca teve um investimento tão grande quanto na sua gestão. Ele garantiu ainda que visitou diversos estados brasileiros e reforçou nestas viagens à população, a importância das medidas restritivas.
Apesar das previsões e alertas dos cientistas, o ex-ministro afirmou que a única e possível "quarta onda" que surgir é a de "automultilação e suicídio".
Sobre o caos da rede de saúde em em Manaus, em que é investigado por possível omissão, Pazuello reiterou que o Governo agiu rapidamente para resolver o assunto e restaurar em 6 dias o fornecimento de oxigênio na cidade.
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