Política

Primeiro relatório da CPI da Covid deve apontar responsabilidade do governo federal no atraso de vacinas

Edilson Rodrigues/Agência Senado
Até o momento, a Comissão já ouviu sete depoentes, incluindo os quatro ministros da Saúde desde o início da pandemia: Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich, Eduardo Pazuello e Marcelo Queiroga  |   Bnews - Divulgação Edilson Rodrigues/Agência Senado

Publicado em 22/05/2021, às 09h28   Redação BNews


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O primeiro relatório parcial da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid que será apresentado nas próximas semanas, vai trazer as conclusões iniciais baseados nas oitivas realizadas até o momento. O relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), responsável por redigir o documento, diz que já existem provas de que o governo federal teve responsabilidade no atraso de vacinas e na crise de oxigênio em Manaus, por exemplo.

Até o momento, a Comissão já ouviu sete depoentes, incluindo os quatro ministros da Saúde desde o início da pandemia: Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich, Eduardo Pazuello e Marcelo Queiroga.

Além dele, foram ouvidos também Carlos Murillo, CEO da Pfizer, e o presidente-diretor da Anvisa, Antonio Barra Torres, além do ex-titular da Secretaria de Comunicação do Planalto, Fabio Wajngarten.

“Tem coisa comprovada, de que o governo não queria comprar vacina nenhuma, que defendia imunização de rebanho, por isso os estímulos à aglomeração e ao não uso de máscara. Tratativas nesta direção (de atrasar compra de vacinas) com a Pfizer, com a Coronavac, com a Índia, isso tudo está provado”, afirmou o cacique do MDB ao Estadão.

Renan ainda irá decidir se o relatório que vai englobar os primeiros 30 dias de trabalho da Comissão será apenas um resumo, ou já vai apontar conclusões.

Conhecido pelo comportamento moderado, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM) defende que este relatório seja apenas um resumo.

Esta também é a convicção do senador Humberto Costa (PT-PE), que acredita que uma conclusão antecipada pode iniciar uma "polêmica terrível" e expõe o relatório a mais risco de "imprecisão".

“Fazer uma coisa antes de terminar a investigação vai abrir uma polêmica terrível antes de ter todos os dados, tudo efetivamente. No meio do relatório, se tiver qualquer imprecisão, esse relatório vai ser objeto de verdadeiro espancamento”, analisou.

O senador governista Marcos do Val (Podemos-ES) é contra o relatório preliminar, que segundo ele serve apenas como um "palanque" político para aqueles que fazem oposição ao governo Bolsonaro

Ele cobra que os governos estaduais também sejam responsabilizados pelo resultado catastrófico no enfrentamento à Covid-19.

"A CPI foi montada para isso, está persistindo em tentar culpar o governo federal de alguma forma. Está claro a cada vez que passa que os governos estaduais foram os grandes responsáveis também, mas eles querem só focar no governo federal”, disse Do Val. 

“Esse pré-relatório com certeza é para enfraquecer (o governo federal). Quando você está no meio e vê intenções para palanque e não para efetivamente dar uma resposta para sociedade, é revoltante”, completou o parlamentar.

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